domingo, 29 de abril de 2007

Sem máscara, Branca Eloysa

Sobrenomes

Pra mim palavra traz libertação.
(Palavra-verdade)
Outra não escuto.
Jamais entenderei os deuses,
Sabem a indiferença. Ferocidade.
Desamo o silêncio e o escuro mas
gosto do ruído dos sapos, dos grilos
e da luz dos vaga-lumes.
Escrevo. Escrevo. Escrevo. Assino.
Fico leve. Assumo a vida.
Sem sobrenome.
Pesam demais tantas palavras vindas não se donde.
Quero ser Fulana. Apenas.

Poema que, com outros, compõe um belo livro, Sem máscara, onde a maior parte dos textos é em prosa – cartas, lembranças, relatos. Partes da trajetória existencial de uma guerreira feita escritora, Branca Eloysa. Um livro intenso que emociona o leitor. Editado, no Rio de Janeiro, por Imprimatur – Viveiros de Castro, em 2005, com ilustrações de Miguel Coelho.

Um comentário:

Anônimo disse...

Quisera escrever assim, meio perdida em palavras e sentidos, meio sem tempo, só assim... um dia.