terça-feira, 28 de outubro de 2008

Dia Nacional do Livro, amanhã, 29 de outubro

O Dia Nacional do Livro foi instituído em 1966. A data está vinculada às comemorações da fundação da Biblioteca Nacional. Nesse dia, em 1810, D. João, o Príncipe Regente, editou o decreto cujo texto está abaixo transcrito, mandando instalar em condições adequadas a sua Real Biblioteca, origem da Biblioteca Nacional, nas catacumbas do Convento do Carmo, anexo à Igreja da Ordem Terceira do Carmo, no Centro do Rio de Janeiro. Esta data passou a ser a referência para a fundação da BN. Em 1967 foi instituída a Semana do Livro, com início dia 23 e término no Dia Nacional do Livro.

Para que você possa comemorar com mais intensidade, que tal saber um pouco da história desse evento?
Oferecemos a você, rara leitora, uma transcrição dos documentos oficiais vinculados a ele.

Aproveite e, se puder, leia depois algumas páginas de um livro preferido, ou mesmo daquele que certamente a aguarda na mesa de cabeceira.


1810. Outubro. 29 –
Decreto – Manda acomodar no lugar das catacumbas da Ordem Terceira do Carmo

Havendo ordenado por Decreto de 27 de Junho do presente ano, que nas casas do Hospital da Ordem Terceira do Carmo, situado à minha Real Capella, se collocassem a minha Real Bibliotheca e gabinete dos instrumentos de physica e mathematica, vindos ultimamente de Lisboa: e constando-me pelas últimas averiguações a que mandei proceder, que o dito edificio não tem toda a luz necessaria, nem offerece os commodos indispensaveis em hum estabelecimento desta natureza, e que no lugar que havia servido de catacumba aos Religiosos do Carmo se podia fazer huma mais propria e decente accomodação para a dita livraria: hei por bem, revogando o mencionado Real Decreto de 27 de Junho, determinar que nas ditas catacumbas se erija e accommode a minha Real Bibliotheca e Instrumentos de physica e mathematica fazendo-se à custa da Real Fazenda toda a despeza conducente ao arranjamento e manutenção do referido estabelecimento. O Conde de Aguiar, do Conselho de Estado, presidente do Real Erario, o tenha assim entendido e faça executar por este Decreto sómente, sem embargo de quaesquer leis, regimentos ou disposições em contrario. – Palacio do Rio de Janeiro, em 29 de Outubro de 1810. – Com a rubrica do Principe Regente Nosso Senhor.


Conforme: CARVALHO, Gilberto Vilar de. Biografia da Biblioteca Nacional (1807-1990). Rio de Janeiro: Irradiação Cultural, 1994, p. 41.

*
13 de dezembro de 1966
LEI Nº 5.191, institui o "Dia Nacional do Livro"

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Fica instituído o Dia Nacional do Livro, que será comemorado, anualmente, no dia 29 do mês de outubro.
Parágrafo único. É obrigatória a comemoração da data nas escolas públicas e particulares de ensino primário e médio sem interrupção dos trabalhos escolares.

Art. 2º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 13 de dezembro de 1966; 145º da Independência e 78º da República.
H. CASTELLO BRANCO
Raymundo Moniz de Aragão

Fonte: Subsecretaria de Informações do Senado Federal

*

13 de Outubro de 1967
Decreto nº 61.527: Provê sobre a instituição da Semana do Livro.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o artigo 83, item II, da Constituição,

RESOLVE:

Art. 1º. Fica instituída a "Semana do Livro", que será comemorada em todo o País, anualmente com início a 23 de outubro e término a 29 do mesmo mês, data esta consagrada como o "Dia Nacional do Livro" pela Lei nº 5.191, de 18 de dezembro de 1966.

Art. 2º. O Ministério da Educação e Cultura programará as comemorações relativas à "Semana do Livro".

Parágrafo único. Caberá ao instituto Nacional do Livro e ao Grupo Executivo da Indústria do Livro - (GEIL) a coordenação dessas comemorações que serão cumpridas a partir de 1968, podendo para isso ser solicitada a colaboração das entidades e expressões da vida nacional vinculadas ao livro.

Art. 3º. O Ministério das Comunicações, por intermédio do Departamento dos Correios e Telégrafos (DCT), providenciará anualmente a emissão de sêlo postal alusivo à "Semana do Livro".

Art. 4º. Fica revogado o Decreto número 39.328, de 8 de junho de 1956.

Art. 5º. Êste decreto entrará em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 13 de outubro de 1967; 146º da Independência e 79º da República.

A. COSTA E SILVA
Tarso Dutra
Carlos F. de Simas


Publicação: Diário Oficial da União - Seção 1 - 18/10/1967, página 10543.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

I Seminário de Políticas de Incentivo à Leitura no Brasil

Em comemoração ao Dia Nacional do Livro,
a Frente Parlamentar da Leitura convida para o

I Seminário de Políticas de Incentivo à Leitura no Brasil

29 de outubro de 2008

Auditório Nereu Ramos
Câmara dos Deputados
Brasília DF

PROGRAMAÇÃO

8h45 – Credenciamento

9h15 – Abertura - Hino Nacional Brasileiro

Presidente da FPL – Dep. Fed. Marcelo Almeida
Presidente da Câmara dos Deputados – Dep. Arlindo Chinaglia
Senador Cristovam Buarque
Ministro da Cultura Juca Ferreira
Ministro da Educação Fernando Haddad
Presidente da Câmara Brasileira do Livro, Rosely Boschini

10h – Mesa I
Dois Pra Lá, Dois Pra Cá:
A evolução das políticas públicas de incentivo ao livro e leitura

Presidente: Senador Cristovam Buarque

Por que lemos tão pouco?
Laurentino Gomes

Das intenções aos resultados, um percurso histórico
Anibal Bragança - UFF

A bola da vez: Avanços e obstáculos do PNLL
José Castilho - Secretário Executivo do PNLL


14h – Mesa II
A Gente Não Quer Só Comida:
O que o Brasil precisa para avançar na leitura?

Presidente – Dep. Marcelo Almeida

Viabilidade do Fundo Pró-Livro
Roseli Boschini - Presidente da CBL

Realidade de implementação do Fundo
Senador José Sarney

Criação de entidade autônoma para o livro
Deputado Geraldo Magela

Avanços e desafios
Alfredo Manevi – Secretário-Executivo MinC

16h – Mesa III
Numa Folha Qualquer Eu Desenho Um Sol Amarelo:
Retratos da Leitura no Brasil

Presidente – Dep. Rita Camata

Não se muda o que não se conhece
Jorge Yunes - Presidente do Instituto Pró-livro

Revelações para um bom planejamento
Galeno Amorim - Observatório do Livro e Leitura

17h30 – Encerramento
Dep. Marcelo Almeida

Coquetel e sessão de autógrafos:
Laurentino Gomes, autor do livro “1808”
Galeno Amorim , org. Retratos da Leitura no Brasil

Para participar:
Inscreva-se aqui!
ou acesse:
http://www.frentedaleitura.com.br/index.php/ficha-de-inscricao

*
Esta pode ser uma oportunidade para pensar passado, presente e futuro das políticas públicas brasileiras para o livro e a leitura. E para fortalecer o movimento em que estão envolvidos tantos que acreditam na possibilidade de avanços na área. A Frente Parlamentar da Leitura merece o apoio de todos os que sabem a importância para a sociedade da criação de novas vias de acesso ao livro, do desenvolvimento das práticas de leitura, do fortalecimento da cultura letrada no mosaico cultural contemporâneo de nosso país.
Participe, raro leitor, da forma que puder, deste movimento:

Mais informações:
http://www.frentedaleitura.com.br

terça-feira, 14 de outubro de 2008

O vicio literario, segundo Olavo Bilac [em 1905]

Um jornal assignalou hontem uma feição nova do Rio: “O aspecto dos pontos urbanos em que se vendem jornaes. Feição nova, não propriamente pelos pontos, que são antigos, mas pelo stock exposto, que é agora mais volumoso. Com effeito, o Rio conta hoje nada menos de doze diarios, sendo oito da manhã, trez da tarde e um da noite. Assim, a exposição dos vendedores é mais vasta e as pilhas de folhas mais altas. E ha ainda os semanarios, que orçam por numero equivalente, alguns jornais dos Estados e alguns supplementos illustrados de jornaes estrangeiros”.

Seria esta uma novidade consoladora, se não soubessemos, como affirma o proprio jornal, que o numero dos leitores dos jornaes diarios, no Rio, fica muito áquem de cem mil...

O forasteiro, que por aqui passasse, observando as nossas cousas pela rama, ficaria realmente admirando a nossa cultura: porque deveria ser intensamente culta uma cidade que sustenta oito jornaes diarios. Mas, se dissessemos a esse forasteiro que os analphabetos, na população d’esta cidade, estão na proporção de dois para um, - o homem escancararia os olhos, não podendo comprehender a simultaneidade e a coincidencia d’essa prosperidade da imprensa com a falta de instrucção popular.

Para fazer cessar o seu pasmo, e restituir-lhe o equilibrio cerebral, seria preciso que lhe explicassemos longamente muitas cousas, - entre as quaes esta, que é de explicação difficil: a prosperidade da imprensa é apenas apparente, e constitue sómente um dos symptomas de certo vicio, que é muito nosso, - o vicio literario.

Não é sem razão que se diz que “o mundo é mal feito”. Muito mal feito! O homem é fraco, as virtudes são poucas, os vicios são muitos, o caminho que leva á felicidade é um só e escarpado, e as estradas que levam á ruina são varias e lisas...

Ha mais vicios do que virtudes, - e cada dia se inventam vicios novos. E, se é verdade que foi Deus quem fez aquellas e o Diabo quem inventou e inventa estes, - é força confessar que o genio do mal tem muito mais imaginação e muito mais fertilidade do que o genio do bem...

Mas, de todos os vicios velhos e novos da sociedade brazileira, estou em dizer que o mais espalhado e pernicioso é o literario.

Só quem vive rabiscando chronicas e noticias para os jornaes e que póde saber como é espantosamente numerosa a produccção literaria no Brazil. Não ha dia em que não cheguem a cada escriptorio de jornal trez ou quatro volumes de versos e novellas.Vêm do extremo norte, do extremo sul, dos sertões do centro, de todos os pontos do vasto paiz. Já houve uma semana, em que recebi (não ha nisto o menor exagero!) dezoito livros de poesias!

“Publicar um livro!” – é o sonho de todos os adolescentes, e até de todos os homens maduros, nesta harmoniosa terra em que todos os sabiás são poetas e todos os homens são sabiás.

E todos esses livros são editados pelos proprios autores! E, quando se pensa no resultado pratico e benefico, que para a industria, o commercio, a lavoura, as sciencias, as artes, e a instrucção do povo, se tiraria de uma outra e melhor applicação do tempo, do dinheiro, do esforço intellectual, da energia moral, da paciencia, da esperança que se gastam inutilmente com a concepção, a composição e a impressão de todos esses folhetos lyricos, - não se póde deixar de sentir certo rancor contra os velhos poetas e os velhos criticos, que, affirmando ser a nossa raça a mais lyrica de toda a terra, injectaram em nós este terrível e avassalador veneno da mania literaria!

Verdadeira mania, verdadeira doença... Comprehender-se-ia bem a nossa superproducção literaria, se neste paiz houvesse leitores. Mas não ha. As edições dos livros e folhetos que se publicam não saem das typographias: o autor manda brochar cem ou duzentos exemplares, que dá aos amigos; e o resto da tiragem é dado em pasto ás traças vorazes, quando não é vendido a peso, para embrulhar manteiga...

Mas o mal não seria grande, se essa mania apenas manifestasse por meio da publicação continua e torrencial de folhetos de versos e contos...

O que ha de terrivel neste vicio é que fazemos literatura em tudo, e a proposito de tudo, em todas as idades, em todas as classes, em todas as profissões. É um horror! Ha literatura nas mensagens presidenciaes, nos relatorios dos ministros, nos artigos de fundo, nos noticiarios, nos annuncios, nos compendios de mathematica, nos tratados de anatomia, nos códices de pharmacia, nas theses de doutoramento, nas balas-de-estalo, nos annaes do parlamento, nas revistas scientificas, nos manuaes de escripturação mercantil, nas taboas de logarithmos, e até nos quadros estatisticos!

Ainda ha poucos dias, tendo necessidade de verificar alguns apontamentos sobre a meteorologia do Rio de Janeiro, consultei um livro de demographia, escrito por um “homem pratico”, por um “homem-de-sciencia”, - d’esses que têm a vida regulada como o movimento de um chronometro, e declaram sempre desprezar a poesia, preferindo passar um anno no hospicio entre malucos a passar uma hora num café entre poetas.

Pois aqui tendes a phrase que encontrei no livro d’esse homem; aqui a tendes, sem a alteração de uma virgula nem de uma letra: “A cidade é sempre suavemente acariciada pelas brisas; de manhã, e á noite, ha os zephyros chamados terraes; e, quando, á tarde, elles deixam de amenisar a temperatura, apparecem as auras consoladoras do mar...”

Os zephyros chamados terraes! as auras consoladoras do mar!

Fechei o livro, - e fui procurar informações meteorologicas... nas Lyras de Dirceu.

O facto de existirem tantos jornaes em uma cidade em que quase ninguem lê jornaes, - é uma das consequencias d’esse vicio literario.

Ainda no collegio, fundamos jornaesinhos manuscriptos, em que ensaiamos o primeiro vôo. Não ha lyceus, nem escolas, nem faculdades superiores, nem clubs literarios que não tenham os seus jornaes. Agora, até as tavernas e os armazens de secos e molhados têm jornaes: O Pharol do Barateiro, A Atalaia dos Freguezes, O Bom Mercado, A Estrella do Bom Toucinho, o Arauto da Carne Seca...

Quem é capaz de dizer quantos jornalistas ha no Rio de Janeiro? O jornalismo é a bahia salvadora em que vêm ancorar os naufragos de todas as outras profissões. Todo o homem, que não póde aqui intitular-se outra cousa, logo se lembra de intitular-se jornalista. As confeitarias, os botequins, os theatros, os clubs de dança, as casas de jogo, todas as casas e todas as ruas da cidade estão cheias de jornalistas!

Mas, emfim, quem lê todos esses jornaes? lemol-os nós, que os fazemos, - assim como também os livros de versos são lidos pelos autores. É um caso de... Não! Não posso escrever a comparação que o caso me suggere!

E, emquanto isso, - nada se faz para criar um publico. O analphabetismo progride, engrossado pelas levas de immigrntes que nos chegam da Europa. De onde vêm os povoadores que attrahe a Directoria do Povoamento? não vêm da França, nem da Suissa, nem da peninsula escandinava, onde não ha homem adulto ou adolescente, que não saiba ler e escrever: - vêm das peninsulas meridionaes da Europa, e da Polonia, e da Armenia, onde ha aldeias inteiras que nunca viram uma carta de abc...

Como se o numero dos analphabetos nacionaes não fosse consideravel! Ainda hontem, ao jantar, como falassemos d’estas cousas que sempre me preoccupam, disse-me um amigo: “Quer você horrorizar-se? pois, ouça isto! Ha algum tempo, estive, em Minas, em uma pequena povoação chamada Os Teixeiras, a 14 leguas de Bello Horizonte, no municipio de Itaúna, perto do rio Paráopeba. Essa aldeia tinha 237 habitantes, - e d’esses 237 habitantes apenas dois sabiam ler!”

Não tratamos de criar um publico, - nem de criar um povo livre. Estamos criando um povo de escravos.

E fundamos jornaes, e publicamos livros de versos e de novellas, e de dia em dia nos dedicamos com maior ardor ao vicio liteario...

E este vicio é mais enganador e mais allucinador do que o do opio, porque até nos dá esta illusão de delirio vesanico: a existencia de uma literatura nacional em um paiz que não saber ler!

(1905)

In Ironia e piedade. 3ª. ed. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves, 1926 [1ª. ed.: 1916], p. 187-192.

Este retrato, raro leitor, das práticas de leitura, escrita e edição no Brasil de início do século XX, faz pensar em como o vício literário se manteve de certa forma até hoje, embora sempre restrito a parcela muito pequena da sociedade.

E hoje formar leitores de livros, o público reclamado por Bilac, é bem mais difícil, todos sabemos. Depois das maravilhas do cinema, do rádio, da televisão, temos agora a da Internet e dos computadores! E continuamos a publicar, e muito, em relação ao número de leitores efetivos.

Entretanto, segundo o mexicano Gabriel Zaid, “se todos os que desejam ser lidos na verdade lessem, haveria uma explosão sem precedentes, já que nunca tantos milhões de pessoas sonharam em ser publicados. Mas o narcisismo dificilmente gratificante do “leia-me que eu o lerei” degenerou-se em um narcisismo que nem ao menos é recíproco: “Não me peça que preste atenção em você, você presta atenção em mim Não tenho o tempo, nem o dinheiro, nem o desejo de ler o que você escreveu, quero seu tempo, seu dinheiro e seu desejo. Não me importam suas preocupações, que tal você pensar nas minhas?”.

Sabemos que a realidade de hoje é bem diferente da de um século atrás. Mas, ainda assim, vale (re)ler Olavo Bilac (na grafia original para nos lembrar da nova reforma ortográfica), junto com o ótimo livro de Gabriel Zaid, Livros demais! – Sobre ler, escrever e publicar, editado aqui pela Summus, em 2004, com tradução de Felipe Lindoso. Eles nos ajudam a pensar os desafios atuais da cultura letrada em nosso país. Escreva-nos para dizer o que pensa sobre isso, raro leitor. Se chegou até aqui, certamente, o tema lhe interessa muito.

Mais dicas do blog

Congressos e outros eventos acadêmicos:

VI Simpósio Brasileiro de Educomunicação
Tema central: Jornalismo e Meio Ambiente
28 a 30 de outubro de 2008
SESC-Vila Mariana – São Paulo
Promoção e realização:
NCE – Núcleo de Comunicação e Educação da USP, Departamento de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Canal Futura, International Institute of Journalism and Communication, de Genebra, Suíça, e SESC- Serviço Social do Comércio de São Paulo
Para participar, mais informações:
www.sescsp.org.br.

Congresso de Estudiosos do Brasil na Europa
19, 20 e 21 de novembro de 2008
Universidade de Salamanca – Espanha
Para participar, mais informações:
http://fundacion.usal.es/estudiososdobrasil/



Lançamento de livro:

22 de outubro, a partir de 18h30
Culturas juvenis no século XXI
Silvia Helena Simões Borelli e João Freire Filho (organizadores)
Editora: Educ (Editora da PUC-SP)
Livraria da Vila
Rua Fradique Coutinho, 915 – Vila Madalena – S. Paulo - SP
Mais informações: www.pucsp.br/educ


Conheça os portais:

PNLL – Plano Nacional do Livro e Leitura
Fique atualizado com o que se desenvolve atualmente na área e inscreva-se para receber o Boletim do PNLL. A edição nº 125, de 13 a 19 de outubro já está disponível.
http://www.pnll.gov.br/

Brasil que lê - As notícias sobre livro e leitura no Brasil
http://www.brasilquele.com.br/
e inscreva-se para receber as postagens do blog de Galeno Amorim


E um pedido inusual, da escritora Rosa Amanda Strauz:

"Estou colecionando poemas que falem sobre estrelas (não vale o Bilac .. rsrs).
Se alguém lembrar de um poema lindo com esse tema, manda pra mim?"

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Dicas do blog

Área de Editoração
Concurso para professor na ECA – Escola de Comunicações e Artes da USP
Inscrições até 26 de outubro de 2008.
Consulte edital:
www.usp.br/drh/novo/recsel/ecaconc1422008.html

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Conheça e participe da nova revista
Biblion - estudos do livro
Editor: Oto Dias Becker Reifschneider
Informações e chamada de trabalhos:
http://www.tipovivo.com/biblion/biblion.html

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10 e 11 de novembro de 2008
III Encontro Nacional de Pesquisadores em Periódicos Literários Brasileiros (ENAPEL)
Universidade Federal do Rio Grande
Programa de Pós-graduação em Letras
Local: Centro de Convívio dos Meninos do Mar
Informações e inscrições:
pgletras@furg.br
http://www.ppgletras.furg.br/

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Lançamento de livros

15 de outubro (quarta-feira), das 17h às 21:30
A Magia das Letras Africanas
Ensaios sobre as literaturas de Angola e Moçambique e outros diálogos
Carmen Lúcia Tindó Secco
Livraria do Museu da República
Rua do Catete, 153 – Rio de Janeiro
Quartet Editora http://www.quartet.com.br/Principal_Editora.htm

23 de outubro (quinta-feira), 19 h.
O show do eu. A intimidade como espetáculo
Paula Sibilia
Livraria da Travessa
Rua Visc. de Pirajá, 572 – Ipanema – Rio de Janeiro
Nova Fronteira http://www.novafronteira.com.br/

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Exposição comemorativa do centenário:
Mário MENDEZ, o mestre da caricatura
9 de outubro a 22 de novembro de 2008
Fortaleza (CE): Espaço Cultural Correios
Saiba mais:
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=579030
http://www.projetocontinuum.com/

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Contar para formar! Nova turma na Ophicina Recreare em S. Paulo

A Ophicina Recreare começa nova turma do curso Contar para Formar!

no próximo sábado, dia 11. Serão 4 sábados, até 8 de novembro, sempre entre 14:30 e 18h.

Estrutura do curso:

Eixo 1: A criança e o livro: história e fundamentos
Eixo 2: Funções da literatura e mediação
Eixo 3: Projetos e oficinas de leitura – construção, obras e autores no Brasil e no mundo

Todos os encontros têm momentos de prática e teóricos e os temas abordados

O curso será certificado; dará direito a material pedagógico de apoio (teórico e prático) e orientação on line.

Público-alvo: educadores, profissionais que lidam com crianças e apaixonados pela formação humana em busca de uma nova forma de compreender a leitura e sua descoberta.

Investimento: R$120,00. Pode ser parcelado em três vezes.

Importante: bolsas para educadores de escolas públicas ou entidades sem fins lucrativos.

Conheça também as outras atividades desenvolvidas pela
Ophicina Recreare Assessoria Pedagógica e Desenvolvimento Humano
Direção de Celina Bragança.

Mais informações:
www.ophicinarecreare.com.br

domingo, 5 de outubro de 2008

Mário de Andrade: Carta sobre o prefácio para Memórias de um Sargento de Milícias

Rio 28-X-40

Rubens leve, leve como aérea pluma sutil e pequenina.

Bem, agora que te insultei de maneira infinita, lhe respondo. Aceito, faço o prefácio[*], faço tudo o que voces quiserem, exclusivamente só apenas por causa dos quinhentos bagarotes. Mas por favor mande dizer o quê quer, ou o que que o Martins quer. Se trata de uma edição de luxo, pro Natal. De que tamanho, como, com que ar voces querem esse prefácio? Não vejo por onde fazer um prefácio pesado e erudito, mexendo com bibliografia do livro e do autor, pois isso implicaria edição crítica do romance e se trata apenas de edição de luxo. De resto voces não vão ter a inocência de exigirem de mim um prefácio longo e erudito, de aspecto crítico-científico (morra esse bestalhãoissimo-mór que é o (...)[**] com 15 de dias de prazo.

Proponho o seguinte: um prefácio tipo Alain-Thibaudet-à la françoise. Isto é coisa elegante, refinada, em bom estilo, falando do livro, o analisando em referência à época, mas [s]em que as ideias críticas se revistam das “galas” da literatura, duas coisas que quando a gente acaba de ler diz “é uma delícia”. Excusez du peu... Nada pesado. E por aí de umas 6 páginas datilografas com espaço dois, papel tipo almasso ou ço, que não sei como se escreve.

Se é isso que voces querem, me diga, mas, por favor, com rapidez! porque exige mais trabalho e... qualidades pessoais que fazer erudição barata, bibliografismos e coisa parecida. Precisa INSPIRAÇÃOA!!! e preciso ter tempo pra me inspirar. Mande carta registrada, carta expressa que ardo pelos 500 bagarotes. Minha vida está financeiramente medonha e estou cada vez mais querendo voltar pra minha casa. QUERENDO VOLTAR.

O Martins não terá um emprego pra mim?[***] Voce não sabe quem tem um emprego pra mim? Nem que seja de enfermeiro? Aceito tudo, de 600 bagarotes pra cima!!! Aceito tudo, irei, puro ou desgraçado, até a última baixeza mas quero voltar pra minha casa!

Ciao com desespero

Mário

In Rubens Borba de Moraes, Lembrança de Mário de Andrade, 7 cartas. S. Paulo: sem editora, 1979, p. 42-43 (reproduzida aqui com a grafia original da publicação, exceto o que está entre colchetes).

* Para a edição da Livraria Martins Editora, de José de Barros Martins, do livro Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida. Além de ter sido publicado na edição de luxo, de 1941, o prefácio de Mário de Andrade foi incorporado a outras edições da obra, como a da Editora da Universidade de Brasília, de 1963, na Biblioteca Básica Brasileira, esta com texto fixado por Darcy Damasceno.

** Referência, podemos supor, a José Veríssimo, cujo estudo do romance, de 1893, aparece como uma “Introdução Litteraria”, na edição de Memorias de um Sargento de Milicias, de 1900, da casa H. Garnier (Rio de Janeiro e Paris).

*** O grande editor José de Barros Martins, para quem Rubens Borba de Moraes, dirigiu a Biblioteca Histórica Brasileira, viria a tornar-se o editor de Mário de Andrade, juntamente com Graciliano Ramos e Jorge Amado, além de outros grandes nomes da literatura brasileira. Mário de Andrade, que então trabalhava no Rio de Janeiro (dentre outras atividades, foi consultor técnico do Instituto Nacional do Livro), vivia um quase exílio. Em 1941 (março) retornou a S. Paulo. Morreu 5 anos depois.

O título da postagem, rara leitora, não faz parte do original. O livro do bibliógrafo Rubens Borba de Moraes, autor de Livros e bibliotecas no Brasil colonial, inclui um intróito, “O Amigo”, em que o autor faz um excelente memorial de Mário de Andrade (9/10/1893-25/2/1945) e da longa amizade de ambos, com dados saborosos da trajetória existencial do autor de Macunaíma.

Acrescentei as notas acima e destaco ainda, raro leitor, nessa carta duas referências: os apertos financeiros de Mário de Andrade, já então reconhecido como um grande intelectual, que o faz querer urgente fazer um serviço remunerado, e o que diz sobre o trabalho literário: é preciso ter tempo para “baixar” a inspiração. Cada um de nós, raro leitor, pode já ter vivido uma ou duas dessas situações, sem ter (digo por mim) nem de perto a grandeza marioandradina. Cada vez mais raro em nossos tempos pós-modernos - ao contrário das dívidas - viva o ócio criativo!

sábado, 4 de outubro de 2008

Livros aos montes!, 2

Livros recebidos ou adquiridos, à espera, na pilha do blogueiro:


Mercados globais, histórias nacionais. Anuário Obitel 2008 (Observatório Ibero-Americano da Ficção Televisiva). Maria Immacolata Vassalo de Lopes e Lorenzo Vilches, organizadores. S. Paulo: Globo Universidade, 2008, 359 p.
www.redeglobo.com.br

Antropologia do espelho. Uma teoria da comunicação linear e em rede.
Muniz Sodré. Petrópolis: Vozes, 2002, 268 p.
www.vozes.com.br

História do pensamento comunicacional, José Marques de Melo. S. Paulo: Paulus, 2003, 373 p.
www.paulus.com.br

180 anos do Jornal do Commercio 1827-2007. De D. Pedro I a Luiz Inácio Lula da Silva, de Cícero Sandroni. Rio de Janeiro: Quorum, 2007, 575 p. Ilustrado. Uma história da imprensa através de um de seus mais importantes veículos.
www.quorumeditora.com

Imprensa e poder na corte Joanina. A Gazeta do Rio de Janeiro (1808-1821). Juliana Gesuelli Meirelles. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2008, 252 p. Prêmio Dom João VI de Pesquisa, 2007.

A Gazeta do Rio de Janeiro (1808-1822): Cultura e Sociedade. Maria Beatriz Nizza da Silva. Rio de Janeiro. EdUERJ, 2007, 288 p.
www.eduerj.uerj.br

Imprensa brasileira. Personagens que fizeram história, vol. 3. José Marques de Melo, organizador. S. Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo ; S. Bernardo do Campo (SP): Universidade Metodista de S. Paulo, 2008, 304 p.
www.imprensaoficial.com.br

Páginas de sensação. Literatura popular e pornográfica no Rio de Janeiro (1870-1924), de Alessandra El Far, edição da Companhia das Letras, 2004, 373 p. Uma
importante contribuição à história do livro no Brasil, onde desponta a Livraria do Povo, de Pedro Quaresma. Saiba mais:
www.livroehistoriaeditorial.pro.br/pdf/alessandraelfar.pdf
www.companhiadasletras.com.br

São Paulo, Espaço e História. Marisa Midori Deaecto, Lincoln Secco, Marcos Silva e Raquel Glezer, organizadores. S. Paulo: LCTE, 2008, 222 p.
www.lcte.com.br

Crítica e movimentos estéticos. Configurações discursivas do campo literário, organizado por Celima Maria Moreira de Mello e Pedro Paulo Garcia Ferreira Catharina. Edição da 7letras, do Rio de Janeiro, 2006, 223 p. Dentre outros, um belo texto de Armando Gens, “A trajetória do poeta B. Lopes em perspectiva crítica”.
www.7letras.com.br

De sombras e vilas. Poesia. Cláudio Neves. Rio de Janeiro: 7letras, 2008,111 p.
www.7letras.com.br

As conseqüências do letramento. Jack Goody e Ian Watt. Tradução de Waldemar Ferreira Netto. S. Paulo: Paulistana, 2006, 77 p.

Você, raro leitor, já leu algum destes livros que estão na pilha da mesa deste blogueiro à espera de uma leitura de verdade, como merecem? Convido-o a publicar aqui algum comentário ou nota que deseje fazer. Isso certamente compensará a falta (talvez temporária) do meu. Até a um próximo Livros aos montes!