domingo, 30 de setembro de 2007

Aníbal Bragança: Felisberto de Carvalho, educador niteroiense na memória nacional

Ladeando este neoblogueiro, após a entrega da Medalha, Maria Inês de Carvalho, bisneta, e Maria Carneiro de Carvalho, casada com Emmanuel de Carvalho, neto de Felisberto de Carvalho, à esquerda; à direita, Cícero Nascimento, livreiro, e o Vereador André Diniz, atual secretário municipal de Cultura, de Niterói. Foto de Jadson Martins.

Conforme o previsto, rara e raro leitor, no dia 20/09/2007, realizou-se a solenidade na Câmara Municipal de Niterói de entrega da Medalha Professor Felisberto de Carvalho a este neoblogueiro, por iniciativa do vereador André Diniz, atual secretário municipal de Cultura.
O clima de alegria e fraternidade, mais que o solene, marcou o evento, para o que concorreram as presenças, físicas e mesmo virtuais, de amigas e amigos que generosamente atenderam ao convite para compartilhar comigo de mais um ato de congraçamento entre o indivíduo e a sua cidade de eleição, Niterói, que, como o Brasil, acolhe de braços abertos os que chegam para trabalhar, conviver e servir. Obrigado a todos, mas de uma forma especial, à família de Felisberto de Carvalho que honrou a todos nós com sua presença.

Acesse o álbum de fotografias para ver ou rever alguns dos momentos e algumas das pessoas que marcaram a solenidade:

Do texto-base da palestra "Felisberto de Carvalho, educador niteroiense na memória nacional", recortamos este trecho:

Sobre a memória nacional dos livros de Felisberto de Carvalho:
Uma busca preliminar de reconhecimento do estado atual das pesquisas nessa área, permitiu-nos ter uma idéia da importância que tiveram os livros de leitura de Felisberto na formação de várias gerações em diferentes espaços, rurais e urbanos, da sociedade brasileira, nas últimas décadas do século XIX até às primeiras décadas do século XX, especialmente através dos registros feitos em livros de memórias, romances e poesias. Outros dados, como o do número de edições e tiragens, assim como a documentação arquivística, registros de pedidos e compras de livros etc., permitem ter-se uma idéia da circulação dos livros.

No livro de memórias do advogado e presidente (em 1991) da Academia Mineira de Letras, O Menino da Mata e seu cão Piloto, Vivaldi Moreira, afirma que Felisberto de Carvalho,

“mestre extraordinário da infância e da juventude”, (...) “espalhou em seus livros tudo que havia de alma, coração, sabedoria e ciência. Seus trabalhos desvirginaram nossa inteligência, ensinaram-nos de verdade. A mocidade de várias gerações de tudo a ele”.

A pesquisadora Francisca Maciel confirma que, junto com O Primeiro Livro de Leitura de Abílio César Borges e o de Hilário Ribeiro, os livros de Felisberto de Carvalho “fizeram parte da trajetória escolar de várias gerações de mineiros”. Afirma que “as primeiras edições datam, provavelmente, do final do século XIX e esses livros continuaram a ser editados até meados do século XX”.

Para ler o texto integral - AB: Felisberto de Carvalho, educador niteroiense na memória nacional - acesse o Arquivo do e-Grupo Cultura Letrada, clicando aqui:

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Conhece Felisberto de Carvalho?







Reprodução das capas de volumes da série Meu Livro de Leitura pertencentes ao acervo FA do Núlceo de Pesquisa sobre Livro e História Editorial no Brasil - LIHED/UFF, e a reprodução da foto do Prof. Felisberto de Carvalho, extraída do livro de Lacerda Nogueira, A mais antiga Escola Normal do Brasil (1835-1935), Niterói, 1938.

Gilberto Freyre, em sua obra Ordem e Progresso, 2 v., publicada pela José Olympio, em 1959, na qual apresenta o "processo de desintegração das sociedades patriarcal e semipatriarcal do Brasil sob o regime de trabalho livre", na transição da Monarquia para a República, afirma que os livros de Felisberto de Carvalho foram "verdadeiramente nacionais, na época em apreço, como livros escolares ou didáticos concorrendo de modo nada desprezível para a unidade brasileira de sentimento" (p. 191).

Luís Antônio Pimentel, no livro Eles nasceram em Niterói, incluído na Enciclopédia de Niterói, vol. 1 de suas Obras Reunidas, organizadas por este neoblogueiro, edição da Niterói Livros, de 2004, no verbete de Felisberto de Carvalho, afirma que "seus livros foram adotados em todo o Brasil durante decênios" e que "em 1950, ano de centenário de seu nascimento, todo o país, principalmente a imprensa, comemorou o acontecimento, exaltando as virtudes do mestre de tantas gerações" (p. 76).

Felisberto de Carvalho nasceu em Niterói, na Rua São Lourenço, em 9 de agosto de 1850, e faleceu no Rio de Janeiro em 18 de outubro de 1898. Foi jornalista, músico, professor e autor de livros didáticos que deixaram marcas na memória nacional.

Seu nome identifica, além de uma Escola Estadual em Niterói, uma honraria criada pela Câmara Municipal que distingue nomes que atuam na área educacional. Este neoblogueiro foi distinguido com a Medalha Professor Felisberto de Carvalho, por proposta do Vereador André Diniz, e a estará recebendo no próximo dia 20, quinta-feira, às 18 h., no Plenário Brígido Tinoco. daquela Câmara, na Av. Amaral Peixoto, 625, Niterói, com a presença dos amigos e a entrada franca. Na oportunidade fará breve palestra sobre o patrono da Medalha.

Saiba um pouco mais da trajetória deste neoblogueiro lendo a biografia publicado por Luís Antônio Pimentel no jornal A Tribuna, de 22 de agosto de 2007. Acesse o Arquivo do Grupo Cultura Letrada http://groups.google.com/group/cultura-letrada .



terça-feira, 11 de setembro de 2007

Marialva Barbosa lança seu novo livro no Rio de Janeiro

A historiadora Marialva Barbosa, professora titular do Departamento de Estudos Culturais e Mídia e do Programa de Pós-graduação em Comunicação da UFF, portanto colega deste neoblogueiro, que a ela dedica grande apreço e amizade, irá lançar seu novo livro, História Cultural da Imprensa - Brasil, 1900-2000, publicado pela Mauad Editora, na Livraria Travessa, de Ipanema (Rua Visconde de Pirajá, 572), na próxima terça-feira, dia 18, a partir de 19:30.
Estaremos lá e convidamos os raros e raras leitoras deste blog que se interessam pelo tema a aproveitarem a oportunidade para terem o seu exemplar com dedicatória da autora, o que é um privilégio.
O livro divide-se em 9 capítulos: Tecnologias do novo século (1900-1910); Entre tragédias e sensações: o jornalismo dos anos 1920; Vestígios memoráveis: construindo identidade e história (1920-1930); Imprensa e Estado Novo: o público como "massa" (1930-1940); Literatura como vestígio do tempo: a imprensa e o olhar dos literatos (1900-1950); "Cinqüenta anos em cinco": consolidando o mito da modernização (1950-1960); Novos atores em cena: a imprensa nos anos 1960; Cenários dos anos 1970-80: crise do Correio da Manhã e o novo sensacionalismo; Calidoscópio de mudanças (1980-2000).
No prefácio, José Marques de Melo, professor emérito da Universidade de São Paulo, afirma: "Não tenho nenhuma dúvida em situar História Cultural da Imprensa, magnificamente escrito pela professora Marialva Barbosa, no mesmo patamar ocupado pela vanguarda nacional da História da Mídia. Sua instigante, deliciosa e sedutora História da Imprensa cobre todo o século XX, perfilando como narrativa de fôlego sobre a modernização da nossa mídia impressa".
Oferecidos aos leitores, por artes do destino e dos editores, de maneira concomitante, o livro de Marialva Barbosa e o de Richard Romancini e Cláudia Lago oferecem ao estudante e ao estudioso da imprensa brasileira diferentes olhares e perspectivas bem singulares sobre sua história, cuja bibliografia sai assim muito enriquecida.
Mais uma vez, é certeiro repetir que a coruja de Minerva levanta vôo ao anoitecer.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

De Romancini e Lago, saiu a História do Jornalismo no Brasil!


Segundo os autores, Richard Romancini e Cláudia Lago, ambos doutores em Ciências da Comunicação pela ECA/USP, pesquisadores da área e professores universitários em S. Paulo, o livro procura “integrar o processo histórico mais amplo às atividades que digam respeito ao jornalismo, mostrando suas inter-relações com o quadro sociopolítico, mas sem ter a pretensão de produzir uma ‘história do Brasil” e sim, “uma história do jornalismo no país, estruturada ao redor, principalmente, do jornal impresso”.

Pelos laços de afeição acadêmica e de grande apreço pessoal que me une aos dois, especialmente ao Richard, de quem conheço de muitos anos a seriedade nos trabalhos que desenvolve, aceitei o honroso convite para escrever um prefácio para o livro. É esse texto que ofereço aos raros e raras leitoras deste blog, no qual mais que da obra falo das condições atuais das práticas de leitura e de acesso ao livro no Brasil. Entretanto, posso assegurar que vale a pena correr à livraria mais próxima, física ou no virtual, e pedir já o seu exemplar.


Prefácio:
Uma das dificuldades que enfrenta o professor universitário brasileiro, em muitas áreas, é a falta de uma bibliografia intro­dutória, cuja leitura possa ser útil aos alunos, oferecendo-lhes um panorama geral e sintético dos conhecimentos acumulados na disci­plina que vai cursar, e que, assim, possa facilitar e complementar o trabalho docente.
As novas tecnologias de informação e comunicação, especial­men­te a Internet, têm trazido aos alunos, e a todos, fácil acesso, ain­da que desordenado, a todo tipo de conhecimento. Acrescenta-se ainda a notável tecnologia xerográfica, que permite copiar rapida­mente, a baixo custo e com qualidade, excertos e obras completas, a partir de um livro impresso ou mesmo de outras cópias. Tais re­cur­­sos técnicos foram criando novas práticas de pesquisa que levam ao decréscimo acentuado do uso de livros impressos, em geral, com evidentes prejuízos para editores, livreiros e autores, mas, também, pelo menos nas condições atuais, para a formação do pesquisador.
A leitura de livros exige condições psíquicas e ambientais cada vez mais difíceis de se conseguir na contemporaneidade, especialmente nas metrópoles, o que a tem tornado uma prática pouco atraente para muitos jovens, habituados a formas mais dinâmicas e interativas de acesso a conhecimentos.
Considerando ainda que, relativamente, os livros se tornaram, em geral, mais caros nos últimos anos, diante da redução das tira­gens das edições, por um lado, e, por outro, pela diminuição da renda das famílias brasileiras das camadas médias, decorrente de contínuas políticas públicas de concentração de renda, tudo resulta em que o hábito de freqüentar livrarias e adquirir livros, é cada vez menor. Nas universidades o que vemos, como prática mais comum, é a reprodução xerográfica de textos ou capítulos de livros indicados pelos professores, quase sempre com sua conivência e, mesmo, estímulo.
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Leia o texto integral do prefácio de Aníbal Bragança ao livro História do Jornalismo no Brasil nos Arquivos do e-grupo Cultura Letrada, clicando abaixo:
http://groups.google.com/group/cultura-letrada