quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Os autores e as suas obras, segundo Schopenhauer (1788-1860)

As obras são a quintessência de um espírito; daí elas serem incomparavelmente mais ricas que o contato pessoal, mesmo quando se trata de um grande espírito, as obras acabam por substituí-lo na essência - e, inclusive, o superam largamente e o deixam para trás. Mesmo os escritos de um espírito medíocre podem ser instrutivos, dignos de leitura e agradáveis, precisamente porque são sua quintessência, o resultado, o fruto de todos os seus pensamentos e estudos; - enquanto a convivência com ele não consegue nos satisfazer. Daí que possamos ler livros de pessoas cuja convivência não nos agradaria e, assim, uma alta cultura espiritual nos leva pouco a pouco a encontrar entretenimento quase exclusivamente com livros e não mais com as pessoas.

In Schopenhauer, Arthur. Sobre livros e leitura / Über lesen und bücher. Trad. de Philippe Humblé e Walter Carlos Costa. Porto Alegre (RS): Paraula, 1993.

Creio que todos os que já publicaram livros compreendem bem o que afirma o filósofo alemão. Na preparação de uma obra busca-se sempre excluir o que é secundário ou imperfeito, em uma luta para alcançar o melhor. Nesse sentido, a obra será sempre superior ao autor, porque ela reflete o melhor que ele tem a oferecer naquele momento. Já a vida não dá pra recortar. Mas não chegaríamos por isso à mesma conclusão de Schopenchauer. Esta a proposta de reflexão ou discussão que lhe propomos, rara leitora. Participe. 

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Brasileiros entre 15 e 64 anos: só 25% são plenamente alfabetizados!

O título poderia ser: caiu o índice de ‘analfabetos funcionais’, já que pesquisa recente mostrou que houve redução do número de brasileiros nessa condição, de 34%, em 2007, para 28%, em 2008. Destes, 9% não conseguem ler qualquer escrito, os demais têm o chamado ‘alfabetismo rudimentar’.


Já o percentual dos que dominam apenas o ‘alfabetismo básico’ é de 47%. Somados aos brasileiros considerados ‘analfabetos funcionais’ chega-se aos 75% da população que certamente não conseguem ler um livro e compreender um texto complexo.


Os resultados do Indicador Nacional de Analfabetismo Funcional (Inaf), elaborado pelo Instituto Paulo Montenegro, alertam para o quanto é necessário investir em educação e em políticas públicas para redução das desigualdades sociais (rompendo com a política de concentração de renda praticada pelos diferentes governos há décadas) para que o povo brasileiro tenha mais oportunidades de melhorar sua qualidade de vida e de participar da riqueza material e simbólica do país.


Para conhecer saber mais sobre a pesquisa e todos os resultados acesse a página:
 http://www.ipm.org.br/ipmb_pagina.php?mpg=4.03.00.00.00&ver=por