sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Comunicação, arte e cultura na cidade do Rio de Janeiro

Estarei, raro leitor, participando do Seminário Comunicação, arte e cultura na cidade do Rio de Janeiro, no próximo dia 25 de agosto, quarta-feira, conforme indicações acima. Participe.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Conferência de Mollier e lançamento de O dinheiro e as letras no Rio de Janeiro


Jean-Yves Mollier fez conferência - O dinheiro e as letras, um comércio delicado - na UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) em 10/8/2010. Um álbum de fotos com o registro desse encontro acadêmico e do jantar de recepção ao historiador francês da Universidade de Versalhes está disponível. Acesse aqui: http://picasaweb.google.com.br/anibalbraganca/ConferenciaDeMollierELancamentoDeODinheiroEAsLetrasNoRioDeJaneiro#

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Novo livro de Jerusa Pires Ferreira, Cultura das bordas



A Ateliê Editorial e a Livraria da Vila convidam para o lançamento do livro


Cultura das Bordas.
Edição. Comunicação. Leitura


de


Jerusa Pires Ferreira
(ECA-USP – PUCSP)


9 de agosto de 2010, segunda-feira
a partir das 19h
Livraria da Vila – Lorena
Al. Lorena, 1731 (piso superior)
Jardins, São Paulo – SP
Tel.: (11) 3062-1063


O livro reúne pesquisas sobre a produção cultural impressa no Brasil, focando principalmente a relação "centro/periferia". 

Sumário


Apresentação
1. Um Autor Singular e os Almanaques
Heterônimos e cultura das bordas: Rubens Lucchetti
O almanaque segundo os Lucchetti
Almanaques
2: Leituras e Enigmas
Livros de magia
Livros de sonhos
A decifração mágica dos signos
Memória, magia e tramoia
3: Palavras e Ofícios. Editores e Edição Popular
A editora João do Rio de Savério Fittipaldi
A voz de um editor de livros populares – Savério Fittipaldi Sobrinho
Escuta de um editor – A Luzeiro
Nota Final
Imagens
Índice Onomástico

Outras informações: www.atelie.com.br 


Sem dúvida um lançamento esperado. Mais uma contribuição relevante da autora ao campo de estudos do livro em nosso país.
Parabéns.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Conferências de Jean-Yves Mollier no Brasil - O Dinheiro e as Letras



O prof. Jean-Yves Mollier volta ao Brasil para o lançamento de seu livro O Dinheiro e as Letras - História do Capitalismo Editorial (Edusp), e irá fazer conferência sobre o tema na UERJ, dia 10 de agosto, na USP, dia 12, e na Universidade Tuiuti, em Curitiba, no dia 13. Será uma oportunidade que se oferece, ao menos aos que estarão perto, para conhecer melhor o pensamento e o trabalho de um dos grandes historiadores do livro na atualidade. 
A conferência será em francês, com tradução em português concomitante (em texto). 
O livro deverá estar à venda (para autógrafos) nos locais, mas se poderá adquirir também diretamente à Edusp www.edusp.com.br , onde habitualmente, professores têm desconto!

O prof. Mollier fez conferências no I e no II Lihed, com bastante sucesso. Anteriormente foram lançadas no Brasil outras obras suas: A leitura e seu público no mundo contemporâneo (Ensaios sobre História Cultural), pela Autêntica; O Camelô, figura emblemática da Comunicação, pela Edusp, e o livro que organizou com Eliana Dutra, Política, Nação e Edição: O lugar dos impressos na construção da vida política, pela AnnaBlume.

Alguns textos seus estão disponíveis no site do Lihed www.uff.br/lihed .

A viagem de Mollier ao Brasil coincidirá com a realização da Bienal do Livro, em São Paulo, onde também seu livro e ele próprio, certamente, estarão presentes.

Seja bem-vindo!
  

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Dia Mundial do Livro e dos Direitos Autorais


Dia Mundial do Livro 2010. Ministério da Cultura (Portugal) 

Na Catalunha, hoje, dia de São Jorge, seu padroeiro, há a tradição de trocar livros e rosas. A UNESCO passou a comemorar a data como Dia Mundial do Livro e dos Direitos Autorais, lembrando também que neste dia, no ano de 1616, morreram três grandes ícones da literatura universal: Miguel de Cervantes, William Shakespeare e o peruano Inca Garcilaso de La Vega (mais conhecido no mundo hispânico). 

No Brasil a data é toda de São Jorge. Ainda assim, vale lembrar aos raros leitores o lançamento de duas obras que interessam aos que amam e estudam o livro: Letra Impressa: Comunicação, Cultura e Sociedade, organizado por Eduardo Granja Coutinho e Márcio Souza Gonçalves, publicado pela Editora Sulina, e A Questão dos Livros: Passado, presente e futuro, de Robert Darnton, a ser lançado este mês pela Cia. das Letras. 

São Jorge, rosas, livros, amizades e leituras, ingredientes do que poderia ser uma bela festa aqui também. Enquanto isso, quero estar nesse dia em Barcelona!


sexta-feira, 9 de abril de 2010

Niterói, com as chuvas, mostra suas entranhas e sua ‘verdadeira face’

A cidade de Niterói, cuja propaganda oficial fazia crer que tinha se tornado uma cidade de bem-estar e qualidade de vida, com as chuvas que castigam a região metropolitana do Rio de Janeiro, mostrou-se por inteiro. As áreas marginais e a população pobre ou miserável, sempre esquecidas, passaram a primeiro plano. Suas carências e fragilidades, decorrentes do abandono e da exclusão a que foram condenadas pelos sucessivos poderes municipais, estaduais e federais, são expostas em rede nacional.


Vê-se também sua força, resistência e indignação diante da tragédia, anunciada e ignorada.

A indústria da construção civil e a especulação imobiliária têm estado no centro das políticas públicas na cidade, mostrando uma Cidade Sorriso maquiada para vender. Tomamos consciência, todos que amamos Niterói, que ela é também um retrato fiel do país. Vivemos em uma sociedade de abissal desigualdade, injusta, excludente, onde os poderes públicos se voltam primordialmente para aqueles que financiam suas milionárias campanhas e lhes dão sustentação na mídia e na opinião pública.



A calamidade está ainda em curso, mas ela já nos fez mais conscientes da vulnerabilidade e da força populares que existem na cidade. Que o poder da natureza desperte nossas elites e autoridades para suas responsabilidades e o cidadão comum para a solidariedade.


Você conhece Niterói, rara leitora? Está acompanhando o desenrolar da tragédia?

1° Congresso Internacional do Livro Digital – O que ficou?

Imagem de uma das mesas, 30/3/2010..Foto AB.

O Congresso, impecável na sua organização, poderá ser, rara leitora, um marco na transição do mundo impresso para o mundo digital que estamos vivendo e minha impressão foi excelente. O evento, realizado no Maksoud Plaza, em São Paulo, teve a participação de cerca de 500 profissionais da área editorial e livreira, com 16 palestrantes e conferencistas, entre nacionais e estrangeiros. A organização e realização foram da CBL, Frankfurter Buchmesse e Imprensa Oficial (SP).

Os principais tópicos discutidos, na minha percepção (não assisti a tudo), foram:

- Como aproveitar as possibilidades abertas no mundo digital, especialmente as redes sociais e blogs, para promover a divulgação e a venda das edições impressas, incluindo aí a mobilização dos autores, divulgando suas obras não só, como antes, em lançamentos e autógrafos, palestras etc., como também nos seus espaços virtuais, muitas vezes com a divulgação de parte do conteúdo, ofertas de exemplares etc, como também através da mobilização dos leitores, com resumos, comentários, críticas etc.

- Como aproveitar esses mesmos espaços para editores garimparem autores e textos para publicação impressa;

- Como lidar com as novas possibilidades abertas pelas novas mídias para a virtualização, distribuição e venda de livros digitais.

- Como manter a lucratividade nos negócios, especialmente a dos livros impressos, com cuidado enorme em NÃO BARATEAR demais os livros digitais.

- Como negociar com autores a remuneração dos direitos autorais e a venda dos livros digitais através das livrarias, com acentuada tendência à redução dos percentuais praticados nos livros impressos.

- Quais as perspectivas na educação para os livros didáticos digitais?

- Como está no Brasil a recepção do leitor aos aparelhos de leitura digital e mesmo à leitura de livros digitais?

- Como ficará o papel do editor de livros com a digitalização crescente e o acesso universal ao conhecimento através das redes? será o de fornecedor de conteúdos para a rede e as mídias portáteis ou continuará sendo o que "faz" os livros e os coloca no mercado? 

Não houve respostas consensuais nem conclusivas. Mas todos tomaram consciência de que estamos no olho do furacão, com mudanças aceleradas que exigem muita atenção, senso de oportunidade e coragem para mudar. 

O tema é muito relevante: sugiro que leia também o artigo de Cristiane Costa, jornalista e professora, publicado na revista Bravo, 152. O texto está acessível também, disponibilizado pela autora, nos Arquivos do e-grupo Cultura Letrada http://groups.google.com.br/group/cultura-letrada?pli=1 . 

Seus comentários serão bem-vindos.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Uma vida luminosa dedicada aos livros: José Mindlin (8/9/1914-28/2/2010)

Foto de Bruno Dorigatti/Lihed, 2004.

A notícia entristece seus familiares, amigos e também todos os que amam os livros. José Mindlin faleceu hoje. Deixa aberta uma vaga na Academia Brasileira de Letras e uma carreira exemplar, na qual sua relação amorosa com os livros foi um traço marcante, superando certamente os do advogado e empresário, bem sucedidos.


Cleber Teixeira, na apresentação que faz do autor de Memórias Esparsas de uma Biblioteca, publicado em 2004 pelo Escritório do Livro (Florianópolis-SC) em co-edição com a Imprensa Oficial (SP), lançado no Rio de Janeiro durante o I Seminário Brasileiro Livro e História Editorial (I Lihed), na Casa de Rui Barbosa (foto acima), afirma: ‘José Mindlin é, e será para sempre, uma referência, um ponto luminoso, um exemplo estimulante de interesse pelos livros, pelas artes gráficas, pelo documento histórico e literário; por tudo, enfim, que faz do leitor comum um bibliófilo’.

Amigo de Mindlin, editor da Noa-Noa, poeta, tradutor e também bibliófilo, Cleber Teixeira, inclui no seu texto algumas histórias de Mindlin e de outros bibliófilos e de suas relações afetivas com os livros, além de apresentar o livro em que seu amigo fala ‘da formação de sua biblioteca, fruto de uma paixão correspondida pelos livros, de um esforço bem sucedido de formação de uma acervo fabuloso, hoje privado mas que por iniciativa da família Mindlin deverá ocupar um prédio próprio no campus da USP’. Sobre esta iniciativa saiba mais em http://www.brasiliana.usp.br/bbm_historia

Além da obra citada, Mindlin publicou, dentre outros, José conta suas histórias/Grupo Verde, Edusc/Imprensa Oficial, 2000, No mundo dos livros, Agir, 2009, além de artigos e prefácios, sendo sua obra fundamental: Uma vida entre livros, Reencontros com o tempo, uma belíssima edição, publicada em 1997, em co-edição Edusp com Companhia das Letras. A Edusp publicou também José Mindlin, Editor, organizado por Tereza Kikuchi, também lançado no I Lihed em 2004, acompanhado de um DVD contendo uma entrevista concedida à mesma Tereza, ambos fontes importantes para se conhecer algumas das atividades de Mindlin em favor da cultura letrada brasileira.

Meu encontro com o sino, Geir Campos



Das igrejas o que melhor recordo são meus contatos (não religiosos) com os sinos, por exemplo.

Havia então em Campos três igrejas mais ou menos próximas, no centro da cidade: duas na Praça de São Salvador, e uma na então Rua da Constituição. E era nos meses de novenas, principalmente, em maio sobretudo, que lá íamos, eu e outros meninos, tocar os sinos para a altissonante convocação dos fieis.

Não havia, em nosso gesto – mais para a brincadeira – a menor intenção sagrada. Em vez disso, o que havia era pura vocação lúdica: puxar as cordinhas dos sinos, dois ou três em cada torre, fazendo-os bimbalhar ao nosso gosto, ou afinal pendurar-nos à corda grossa do sino maior, levando-o a girar num redobro que, para nós, nada poderia ser de lúgubre ou melancólico.
(...)

Tudo isso estava já longe, arquivado na mais doce das lembranças, quando, numa véspera de Natal, minha irmã caçula chegou da rua e colocou em cima da mesa, onde a família acabava de almoçar, um pequeno sino de papelão, que lhe haviam dado de presente, recheado de bombons.

Fiquei olhando aquele sino de brinquedo, fazendo força para pensar em outra coisa; mas sem poder tirar dele a vista. Toda a infância me ocorreu, naquela contemplação contrafeita, a começar pelas subidas às torres das igrejas campistas; e dei por mim com uns versos forçando a saída, tentando-me com força e dar-lhes forma escrita.
(...)

Lutava eu contra a premência de escrever, contra uma espécie de necessidade orgânica; mas com vontade de não ceder, de largar o lápis e o papel, de esquecer aquilo. No mais, o tema seria banal; dali não poderia sair coisa que se aproveitasse. E eu assim resistia, sabotando descaradamente as Musas, coitadas; e elas teimavam, forçando-me a pegar o lápis e a anotar o que me viesse à cabeça, não importava a caligrafia, aliás horrível...

Com aqueles rabiscos, difíceis – mesmo para mim – de ler, saí para dar uma volta; andei mais de meia hora, à toa. Só o que eu não queria era voltar, para não recomeçar tudo aquilo de novo.

Três ou quatro horas mais tarde, quando eu já me considerava com a digestão completamente feita, retomei os papeis rabiscados e comecei a tentar organizar aqueles rabiscos; o que dele resultou foi o poema intitulado “O sino”, último de meu livro Arquipélago. É um dos poemas mais ‘sofridos’ que escrevi: sofrido fisicamente, organicamente sofrido.

Excerto de “Meu encontro com o sino”, in Bragança, Aníbal e Santos, Maria Lizete dos, org. A profissão do poeta & Carta aos livreiros do Brasil. Niterói: Imprensa Oficial do Estado do Rio de Janeiro, 2002, p. 139-141. Para comprar: www.estantevirtual.com.br


Hoje, lembra-me Dora Sodré, Geir faria 86 anos. Deixou-nos uma belíssima obra, composta por livros de poesia (dentre outros, Metanáutica, 1970, e Tarefa, 1981), de contos, como O vestíbulo (2ª. ed., 1979), crônicas, peças de teatro, livros infanto-juvenis, teses, ensaios, traduções etc., que o fizeram um dos marcos da literatura brasileira do século XX. Seu ensaio “Carta aos livreiros do Brasil” (1960) continua sendo a melhor análise da situação então vivida no mercado editorial.

Este registro pretende ser uma homenagem ao escritor admirável, ao cidadão combativo, ao amigo terno, e a todos os seus leitores, a quem recomendamos a Antologia Poética, organizada por Israel Pedrosa, editada por Leo Christiano em 2003, que é quase sua obra poética completa. Acesse http://www.leochristiano.com.br/

Você, rara leitora, conhece a poesia de Geir Campos?

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Concurso para docente na área de Editoração

A Universidade Federal de Santa Maria (RS) lançou edital de concurso para admissão de docentes que inclui a área de Jornalismo e Editoração. Especialmente na subárea Editoração isso não é comum, assim os que pretendem ingressar na carreira acadêmica em Universidade pública têm um boa oportunidade. Haverá alguém interessado entre nossos raros leitores? Para maiores informações, acesse:
http://w3.ufsm.br/prrh/docentes/0062010/
E boa sorte!

sábado, 20 de fevereiro de 2010

1º Congresso Internacional do Livro Digital

Nos próximos dias 30 e 31 de março, no Hotel Maksoud Plaza, em São Paulo, serão apresentadas e debatidas as novas oportunidades para a indústria editorial e para a sociedade oferecidas pelo desenvolvimento das tecnologias digitais, com a participação de vários convidados internacionais. Promovido pela Câmara Brasileira do Livro, em parceria com a Buchmesse Frankfurt, terá também a participação desde blogueiro entre os palestrantes. Como se inscrever e outras informações em:

Montaigne (1533-1592), os livros e a leitura

Não busco nos livros senão o prazer de um honesto passatempo; e nesse estudo não me prendo senão ao que possa desenvolver em mim o conhecimento de mim mesmo e me auxilie a viver e morrer bem, “essa meta para onde deve correr o meu corcel” (Propércio).

As dificuldades com que deparo lendo, não me preocupam exageradamente; deixo-as de lado, após tentar resolve-las uma ou duas vezes. Se me detivesse nelas, perder-me-ia e perderia meu tempo, pois meu espírito é de tal índole que o que não percebe de imediato menos entende em se obstinando. Não sou capaz de nada que não me dê prazer ou que exija esforço, e atardar-me demasiado em um assunto, ou nele me concentrar demoradamente, perturba minha inteligência, cansa-a e me entristece. (...)

Se um livro me entedia, pego outro e só me dedico à leitura quando não sei que fazer: e o enfado me domina. Quase não leio livros novos: prefiro os antigos que me parecem mais sérios e bem feitos; (...)

A fim de remediar um pouco as traições de minha memória, tão fraca que me aconteceu mais de uma vez voltar, como se não os conhecesse, a livros lidos anos antes com atenção e anotando, habituei-me de uns tempos para cá a escrever, no fim dos volumes que não pretendo tornar a consultar, a data do término da leitura, e, em grandes caracteres, a impressão sentida, ao menos para ter a qualquer momento uma ideia geral do que li. (...)

Montaigne, Michel de “Dos livros”, in Ensaios. Trad. de Sérgio Milliet. São Paulo: Abril Cultural, 1972, p. 196-201.

A obra Ensaios foi publicada inteira, em 3 volumes, postumamente, em 1595, mas em 1580 saíram em Paris os dois primeiros livros, embora o autor tenha afirmado que os escrevera ‘para si mesmo’, sem pensar na posteridade. Desde então influenciou grandes pensadores e tem sido objeto de inúmeros estudos e leituras.

Você, raro leitor, rara leitora, busca na leitura, como Montaigne, principalmente, o autoconhecimento? É partidário(a) do estudo árduo e perseverante ou prefere buscar o prazer nas obras que lê?  Se tem, como enfrenta as dificuldades de leitura de uma obra? Já começou a ler algum livro porque esqueceu que o havia lido?


quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Os autores e as suas obras, segundo Schopenhauer (1788-1860)

As obras são a quintessência de um espírito; daí elas serem incomparavelmente mais ricas que o contato pessoal, mesmo quando se trata de um grande espírito, as obras acabam por substituí-lo na essência - e, inclusive, o superam largamente e o deixam para trás. Mesmo os escritos de um espírito medíocre podem ser instrutivos, dignos de leitura e agradáveis, precisamente porque são sua quintessência, o resultado, o fruto de todos os seus pensamentos e estudos; - enquanto a convivência com ele não consegue nos satisfazer. Daí que possamos ler livros de pessoas cuja convivência não nos agradaria e, assim, uma alta cultura espiritual nos leva pouco a pouco a encontrar entretenimento quase exclusivamente com livros e não mais com as pessoas.

In Schopenhauer, Arthur. Sobre livros e leitura / Über lesen und bücher. Trad. de Philippe Humblé e Walter Carlos Costa. Porto Alegre (RS): Paraula, 1993.

Creio que todos os que já publicaram livros compreendem bem o que afirma o filósofo alemão. Na preparação de uma obra busca-se sempre excluir o que é secundário ou imperfeito, em uma luta para alcançar o melhor. Nesse sentido, a obra será sempre superior ao autor, porque ela reflete o melhor que ele tem a oferecer naquele momento. Já a vida não dá pra recortar. Mas não chegaríamos por isso à mesma conclusão de Schopenchauer. Esta a proposta de reflexão ou discussão que lhe propomos, rara leitora. Participe. 

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Brasileiros entre 15 e 64 anos: só 25% são plenamente alfabetizados!

O título poderia ser: caiu o índice de ‘analfabetos funcionais’, já que pesquisa recente mostrou que houve redução do número de brasileiros nessa condição, de 34%, em 2007, para 28%, em 2008. Destes, 9% não conseguem ler qualquer escrito, os demais têm o chamado ‘alfabetismo rudimentar’.


Já o percentual dos que dominam apenas o ‘alfabetismo básico’ é de 47%. Somados aos brasileiros considerados ‘analfabetos funcionais’ chega-se aos 75% da população que certamente não conseguem ler um livro e compreender um texto complexo.


Os resultados do Indicador Nacional de Analfabetismo Funcional (Inaf), elaborado pelo Instituto Paulo Montenegro, alertam para o quanto é necessário investir em educação e em políticas públicas para redução das desigualdades sociais (rompendo com a política de concentração de renda praticada pelos diferentes governos há décadas) para que o povo brasileiro tenha mais oportunidades de melhorar sua qualidade de vida e de participar da riqueza material e simbólica do país.


Para conhecer saber mais sobre a pesquisa e todos os resultados acesse a página:
 http://www.ipm.org.br/ipmb_pagina.php?mpg=4.03.00.00.00&ver=por