sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Natal, caridade e solidariedade, vistos por Marcelo Salles

Fazendo media, é um jornal que nasceu na faculdade em que trabalho, o IACS/UFF, com um grupo de alunos, no qual se destacava Marcelo Salles. Sempre com um olhar crítico sobre a mídia, o jornal logo cresceu, formou boa equipe e se tornou respeitável sem deixar de ser crítico.

O trecho abaixo é do último artigo de Marcelo Salles, lúcido como sempre, publicado no Fazendo Media:

(...)
O Natal marca o nascimento de Jesus Cristo, alguém que lutou contra a desigualdade, expulsou os capitalistas do templo e foi preso por isso. Foi torturado por isso. Foi crucificado por isso. Jesus foi um preso político, é sempre bom lembrar - sobretudo nessa época em que filmes e propagandas de presentes caros despolitizam o significado do Natal.

Jesus Cristo também nos ensinou a solidariedade, que depois a Igreja capitalista tentou transformar em caridade. São coisas diferentes. A caridade é vertical, ela humilha quem recebe. Por outro lado, solidariedade é estar ao lado de quem precisa. É pegar chuva, sentir fome, frio, medo, apenas para confortar alguém com sua presença. E se a caridade pode ser cotada pelo mercado, além de aliviar consciências em troca de moedas, a solidariedade desconhece tais valores.

Enquanto tentam reduzir o significado do Natal a uma corrida maluca por presentes, quero deixar registrado o seguinte: pro inferno esse sistema e sua mídia que incentivam o consumo desenfreado enquanto milhões passam fome.


E tem outra coisa: por mais que sua máquina trabalhe a todo vapor para impor um comportamento alienado, haverá sempre aqueles que em vez de presentes caros trocam abraços sinceros. Aqueles que não cedem aos apelos consumistas e compreendem que o mais importante é sentir o coração do companheiro batendo, bem pertinho do seu peito. Onde há a vida que respeita a vida. E é essa vida, esse carinho, essa ternura que transformarão o planeta num lugar mais justo para se viver.
(...)

Fique sabendo um pouco mais sobre o mundo contemporâneo, rara e raro leitor, lendo a íntegra do (excelente) artigo de Marcelo Salles, “Pro inferno a mídia e seu Natal!”, clicando aqui:
http://www.fazendomedia.com/diaadia/nota261206.htm

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

“O ano do Porco é um ano de plenitude.”

A afirmação acima foi pinçada do livro Manual do Horóscopo Chinês, de Theodora Lau, publicado pela editora Pensamento (7a. edição, p. 210). Mesmo tendo sido num ano do Porco (ou Javali) em que recebi um dos maiores presentes na vida, o nascimento de minha filha Joana, nem sempre ele foi um ano favorável a este neoblogueiro nascido em um ano do Macaco. Entretanto, como acertadamente assinalou o amigo Cláudio Giordano, 2007 foi, para mim, um ano generoso e pródigo em alegrias.

Além de ter recebido a Medalha Professor Felisberto de Carvalho, concedida pela Câmara Municipal de Niterói em reconhecimento a serviços prestados na área da Educação, por iniciativa do vereador André Diniz, atual Secretário de Cultura, e o título Intelectual do Ano, concedido pelo Grupo Mônaco de Cultura, presidido por Luís Antônio Pimentel, honrarias que devemos, especialmente, às amizades construídas através de e com os livros (leia algumas referências do que disseram sobre livros e amizade o nosso poeta maior, Carlos Drummond de Andrade, e o filósofo alemão Peter Sloterdijk, em nossa postagem de abril de 2007, dia 6 - no arquivo, ao lado), tivemos também, no âmbito dos trabalhos acadêmicos, excelentes notícias.

O LIHED (Núcleo de Pesquisa sobre Livro e História Editorial no Brasil), que coordenamos no IACS/UFF, teve dois projetos aprovados para o recebimento de apoios: "Memória Editorial: preservando fontes primárias para a história da vida literária brasileira (1854-1954)", aprovado no Programa Petrobrás Cultural e na Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC), do MinC, irá receber investimentos com base na Lei Rouanet.

E, ainda, o projeto para a criação do Centro de Memória Editorial na Universidade Federal Fluminense (UFF), submetido à Faperj (Fundação Carlos Chagas de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro), também foi aprovado e já teve recursos liberados para sua implementação.

Assim, após um ano de colheitas, podemos esperar que 2008 seja um ano de muitos trabalhos e, assim, uma grande oportunidade de crescimento.

Obrigado a Deus e aos homens e mulheres participantes desta comunidade de amor aos livros, à vida, à ética, à amizade desinteressada, pelo ano de plenitude que nos foi dado vivenciar em 2007.

Boas Festas e um Ano Novo de realizações e sucessos, de paz e felicidade, é o que lhes desejamos, rara e raro leitores, responsáveis pelo tempo que dedicamos a este espaço, criado a 3 de março de 2007, com uma postagem em homenagem à relação da criança com o livro, através das experiências de minha neta Ana, filha de Joana, meu presente maior em 1971, um Ano do Porco.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Francisco Frias, recital no Teatro da UFF





O recital de Francisco Frias foi um dos pontos altos na solenidade em homenagem a este neoblogueiro, quando do recebimento do título de Intelectual do Ano 2007-2008, concedido pelo Grupo Mônaco de Cultura, de Niterói (RJ), em 1º de dezembro último.

Assista ao vídeo, rara ou raro leitor, de duas das peças ali apresentadas, clicando nos endereços abaixo
:

Um arioso de Bach
http://br.youtube.com/watch?v=zvhgHYdQkk0

Estudo, de Villa-Lobos
http://br.youtube.com/watch?v=ft67LlV6HoA

Veja também:
Música de Invenção, no MAC – Niterói

http://br.youtube.com/watch?v=jelApiEt--M&NR=1

A foto é de Servus Dei.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Fernando Pessoa: "Vi Jesus Cristo descer à terra"


“O guardador de rebanhos” (1911-1912)

VIII



Num meio-dia de fim de primavera
Tive um sonho como um fotografia.
Vi Jesus Cristo descer à terra.
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se de longe.

Tinha fugido do céu.
Era nosso demais para fingir
De segunda pessoa da Trindade.
No céu era tudo falso, tudo em desacordo
Com flores e árvores e pedras.
No céu tinha que estar sempre sério
E de vez em quando de se tornar outra vez homem
E subir para a cruz, e estar sempre a morrer
Com uma coroa toda à roda de espinhos
E os pés espetados por um prego com cabeça,
E até com um trapo à roda da cintura
Como os pretos nas ilustrações.
Nem sequer o deixavam ter pai e mãe
Como as outras crianças.
O seu pai era duas pessoas –
Um velho chamado José, que era carpinteiro,
E que não era pai dele;
E o outro pai era uma pomba estúpida,
A única pomba feia do mundo
Porque não era do mundo nem era pomba.
E a sua mãe não tinha amado antes do o ter.

Não era mulher: era uma mala
Em que ele tinha vindo do céu.
E queriam que ele, que só nascera da mãe,
E nunca tivera pai para amar com respeito,
Pregasse a bondade e a justiça!

Um dia que Deus estava a dormir
E o Espírito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três.
Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz
E deixou-o pregado na cruz que há no céu
E serve de modelo às outras.
Depois fugiu para o sol
E desceu pelo primeiro raio que apanhou.

Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz ao braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Leia (ou releia) o texto integral deste poema clicando abaixo:

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Era uma vez... Natal com as dicas da Ophicina Recreare

Rara ou raro leitor, especialmente se tem crianças em casa, leia o que indica Celina Bragança (desculpem a corujice de pai...), responsável pela Ophicina Recreare, de São Paulo, para fazê-las entrar na festa de um modo mais participativo, com atividades em que se criam brinquedos no clima de Natal.

A matéria, publicada no sítio virtual da Abril.com, é de Michelle Veronese:


Pais e bebês – todos podem entrar no mundo mágico do Papai Noel. Mas, antes de pôr a mão na massa e produzir os brinquedos e enfeites natalinos inventados pela educadora Celina Bragança, coordenadora da Ophicina Recreare, em São Paulo, crie o clima de faz-de-conta com algumas histórias.

Era uma vez... Bem, para começar, por que não contar ao pequeno a própria lenda do Bom Velhinho? Depois explique que as guirlandas servem para anunciar a chegada do Natal e que, antigamente, as pessoas costumavam decorar o pinheiro com frutas e doces para deixar a festa ainda mais saborosa.

Uma outra dica – válida principalmente para os bebês – é fingir que você é o Papai ou a Mamãe Noel. “Diga a seu filho que ele acaba de ser eleito o novo duende que vai ajudá-lo na fábrica de brinquedos”, ensina Celina, que coordena oficinas de arte para crianças há mais de dez anos. Para simbolizar o papel de cada um nessa brincadeira, vocês não precisam se fantasiar. “Um simples detalhe na vestimenta, como um chapéu feito de jornal ou um lenço verde no pescoço, é suficiente para a criança ver a situação com outros olhos”, diz a educadora.

Leia mais: http://www.bebe.com.br/familia/natal/fabrica.php

Ophicina Recreare Assessoria Pedagógica e Desenvolvimento Humano
11 5096 1474 11 9332 8666
celina@ophicinarecreare.com.br

Melancolia revisitada, Henrique Chaudon

Para Yvette Centeno

Suspenso, o trabalho; pelo chão, esparsas, as ferramentas. O artífice sonda distantes mundos factíveis. Na destra, o compasso imóvel. A sinistra sustém o peso de milênios. Sentado ele está (há quanto?) e o cão ressona a seus pés.

Alado e imóvel, absorto. A matéria o rodeia, prenhe de possibilidades, clamando, convocando. O artífice sonha, todavia. O tempo escorre, o sol nasce ou se põe? Quem saberá?

Na cidade, ao longe, faz-se o comércio; há uma algaravia sem fim, os homens chegam e se vão mares a fora. E o artífice sonha. Seu pupilo estuda e aguarda o momento. Tudo está por fazer, por terminar. Mas não há pressa alguma, embora o sino possa sonar a qualquer momento, incontornável.

O lume, ao fundo, não se apaga. A tenaz pode esperar, o lenho pode esperar – não temos já aquela perfeição que repousa redondamente aos pés do artífice? Não temos já as faces lavradas e incorruptíveis de um poliedro pesando o peso do planeta?

E o artífice sonha. Enquanto durar o mundo ele estará sonhando.

O arco no horizonte longínquo (que o artífice não vê) parece selar essa certeza.

Novembro de 2007

Hoje, rara leitora, temos a alegria de oferecer a você este texto do poeta e marceneiro Henrique Chaudon, inspirado na célebre gravura (em cobre) Melancolia, de Albrecht Dürer (1471-1528).
Melancolia, de 1514, já inspirou pensadores como Walter Benjamin.
O poeta Chaudon, que celebra os 30 anos de lançamento de seu primeiro livro Confissões a Baco, criou um texto original e belo, que divulgou inicialmente em seu blog A Terceira Gaveta http://aterceiragaveta.blogspot.com . Vamos revisitá-lo.


sábado, 15 de dezembro de 2007

Vida literária fluminense

Luís Antônio Pimentel ladeado por, à esquerda, Luiz Erthal, Aníbal Bragança e Paulo Roberto Cecchetti; à direita por Roberto Kahlmeyer-Mertens e Carlos Silvestre Mônaco. Foto de Augusto Erthal.
Hoje, pela manhã, o livreiro Carlos Silvestre Mônaco recebeu no Calçadão da Cultura da Livraria Ideal, em Niterói (RJ), o mundo literário fluminense, que ali se reuniu para compartilhar com Luís Antônio Pimentel a festa de lançamento do seu mais recente livro, Haicais onomásticos, publicado pela NitPress http://nitpress.tripod.com , em cuidada edição, com capa de Augusto Erthal e diagramação de Márcia Queiroz Erthal, em formato 14 x 15 cm., com 104 p. - ISBN 978-85-99268-82-7.

O livro contém apresentação do editor, Luiz Augusto Erthal, prefácio deste neoblogueiro, “Luís Antônio Pimentel, um jovem de 95 anos”, posfácio de Roberto Kahlmeyer-Mertens, “Escritos poéticos de maturidade”, índice onomástico organizado por Paulo Roberto Cecchetti, reprodução de desenho de Miguel Coelho com imagem do autor, e breves dados biobiliográficos, além de 172 haicais, em que, mais uma vez, se manifesta a arte poética de Luís Antônio Pimentel, uma das grandes expressões da literatura de inspiração japonesa no Brasil, desde o lançamento, em 1940, de Contos do Velho Nipon, pela Editora Pongetti, do Rio de Janeiro (reeditado em 2004 no volume 2 de suas Obras Reunidas), escritos a partir do que ouviu do povo nipônico, quando se encontrava no Império do Sol Nascente (1937-1942).

Mostra com 10 dos haicais onomásticos de Luís Antônio Pimentel:

Alda Menescal
encasulou-se em silêncio,
cigarra de outono.

A poesia e o canto
fazem de Bia Bedran
uma artista múltipla.

Mais que um bibliófilo
o livreiro Carlos Mônaco
é um bibliólogo.

A Branca Eloysa
fez “Tortura nunca mais”,
flor da contra-mão.

Iderval Garcia
é o cronista da cidade,
há mais de trinta anos.

Lizete, entre livros
Na Biblioteca, relembra
Alice entre espelhos.

Mareda Bogado.
Cromo guardado num livro,
marcando um poema.

Poeta erudito,
Sávio Soares de Sousa
honra Niterói.

Teófilo Abreu,
Ícaro de asas metálicas,
é escritor brilhante.

Xavier Placer,
prazer de quem se deleita
lendo suas obras.


No último parágrafo do breve prefácio que fizemos para o livro, rara leitora, escrevemos:

Luís Antônio Pimentel é jornalista admirável, enciclopédia viva, o nosso homem de letras maior. Mais ainda, sua trajetória profissional e pessoal fez dele uma referência como homem de caráter que, corajosa e desinteressadamente, dedicou sua vida ao bom combate, em prol da justiça social, da ética, pela preservação cultural e natural de nossa cidade e ao desenvolvimento da sua vida literária e artística. Para muitos, como o autor destas linhas, acima de tudo, um ser humano exemplar.

Para ler o texto completo, acesse:
http://luis-antonio-pimentel.googlegroups.com/web/AB%20Pref%C3%A1cio%20de%20Haicais%20onom%C3%A1sticos.%20de%20Lu%C3%ADs%20Ant%C3%B4nio%20Pimentel.doc?gda=8tAfdYUAAADAIT4LJkmJPBoCzxI4N34WpAz2esWwv1iPXTtZ-FmnRmG1qiJ7UbTIup-M2XPURDTfuA5gXE31mWDRwZQtGpOR6HGeoFaXcchSwXYrXqJGencvSBczhlv53d2sTn0RV3Kz29_BScpSxylOv0rBEfbjhTTldnVP-dYYkGLdNA0XYaHYw_ffs4YRXEc98gG44HY

Leia também o texto do Posfácio de Roberto Kahlmeyer-Mertens, "Escritos poéticos de maturidade", clicando abaixo:
http://luis-antonio-pimentel.googlegroups.com/web/LAP%20Haicais%20Onom%C3%A1sticos%20Posf%C3%A1cio%20Roberto%20Kahlmeyer.doc?gda=-2bKo3EAAADp5uaX4uIxH_B0dOaPQzh7OQkJ2hSV0-NMSb6jc7GTWmG1qiJ7UbTIup-M2XPURDQjh3Gnz5Djkl-Od0RsUjrRNH0cmahAb_adlEIs3Y84Lc4Ei0xgn2dgCKQzNFFLL7ePiLvlxD9MyPF1E6svJYdo5KylSQ9gG5gUBwiOovY3VA
Acesse o álbum com as fotos do evento, clicando aqui:

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

CONVITE(s) –Espetáculo musical, sessão solene e festas de confraternização

Estamos entrando no período natalino, onde as oportunidades de encontrarmos e confraternizarmos com amigos e amigas, rara leitora, é muito maior. Vamos aproveitar?
Estes são alguns dos convites que recebi e que, infelizmente, não poderei todos aceitar, mas que bem gostaria. Quem sabe você, leitor, poderá aproveitar. Ficam as sugestões.


Dia 17, segunda-feira:

18h:

Espetáculo musical “Quem canta faz a hora”, em homenagem a Roquette Pinto e à Era do Rádio. Grupo Cantores do Chuveiro. Roteiro de Ricardo Cravo Albin.
Teatro Raimundo Magalhães Júnior – Academia Brasileira de Letras
Av. Presidente Wilson, 203 – 2º andar
Entrada livre (teatro limitado a 400 lugares). Informações: tel. 3974-2500

19h:

Sessão Solene de entrega da Medalha Professor Felisberto de Carvalho a
Ildika Marcela Tholt de Vasconcellos e Ana Lúcia Pereira Zullo (da Sociedade Brasileira de Cultura Inglesa). Proposta do Vereador Felipe Peixoto.
Auditório Brígido Tinoco – Câmara Municipal de Niterói
Av. Amaral Peixoto, 625 – Centro – Tel. 2722-1212

A partir das 21h: Confraternização de troca de folhinha (ou calendário)!
Dino Rangel, grande guitarrista, estará tocando e recebendo seus amigos e parceiros musicais para fechar o ano com muitas - e boas - notas musicais.

Bar São Dom Dom, na Pça. de São Domingos, Niterói.
Leve um calendário legal para trocar com alguém.


Dia 19 de dezembro, quarta-feira, às 20:00 horas.
Lançamento do CD Poesia de Boca.
Com show dos poetas de boca e confraternização de fim de ano.

Varandas Cultural, Rua do Lavradio, 74, Lapa – Rio de Janeiro.
Produção: Site Alma de Poeta e Editora Contemporânea.
Para saber mais, veja o vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=05oLL6_02_4

Dia 27 de dezembro, última quinta-feira do ano, 21:00h.
“Na Casa dos 40..." – Terceira festa, com músicas que marcaram décadas.

Espaço Itaipava, Estrada Francisco da Cruz Nunes, 4515 (na descida da Estrada Velha, em frente à Citroën). Niterói - RJ
Informações: nacasados40@gmail.com

Um novo livro de Luís Antônio Pimentel

É com muita alegria que a convidamos, rara leitora, e todos os admiradores de Luís Antônio Pimentel a conhecerem o seu livro mais recente, Haicais onomásticos, que será lançado pela editora NitPress, em manhã de autógrafos na Livraria Ideal, em Niterói, amanhã, sábado, dia 15, a partir de 10h.

Sobre essa obra, o jornalista Luis Erthal, seu editor, escreveu:

Haicais onomásticos, de Luís Antônio Pimentel

Presença marcante ao longo de várias décadas no cenário cultural fluminense, Luís Antônio Pimentel inverte os papéis e abdica, aos 95 anos, da posição de homenageado, transformando-se em galardoador de seus amigos e admiradores. Introdutor do cânone do haicai no Brasil, que trouxe em 1942 do Japão, onde travou contato com os discípulos de Bashô Matsuo durante cinco anos, tendo sido o primeiro poeta brasileiro traduzido para o japonês, ele lança, pela editora Nitpress, um livro de haicais onomásticos em que homenageia 172 nomes significativos da vida cultural e literária do Estado do Rio, particularmente de Niterói, cidade que adotou para viver ainda menino.

As pobres práticas de leitura no Brasil

Apesar de se basear em pesquisa feita em 2005, reproduzimos aqui texto de nosso interesse, meu e seu, rara leitora, divulgado no sítio virtual Blue Bus http://www.blubus.com.br/ - vale visitar.

Torcemos que seja efetivamente realizado o Programa Mais Cultura, do governo federal (ver abaixo), juntamente com uma grande mobilização da sociedade brasileira em favor da redução da ignominiosa desigualdade social no país, que favoreceriam sem dúvida uma reversão do quadro de referência ao artigo de Luís Alberto Marinho:

Só 26% dos brasileiros entre 15 e 64 entendem um texto longo

Eu adoro livros, livrarias e bibliotecas. No colégio, era um dos poucos frequentadores assíduos daquela sala ampla, cheia de livros e perfumada pelos odores do papel e das capas, onde eu encontrava refúgio em histórias fantásticas. Talvez por isso eu desconfie tanto das pessoas que não lêem livros, jornais, revistas ou o Blue Bus;

Porém, infelizmente, em nosso país os livros são caros, há poucas livrarias e muitos municípios nem bibliotecas têm. Para piorar ainda mais a situaçao, só 26% dos brasileiros entre 15 e 64 anos encontram-se no nível pleno de alfabetização, ou seja, tem hoje condição de ler e compreender integralmente um texto longo. Esse dado é de uma pesquisa feita em 2005 pelo Instituto Paulo Montenegro, mantido pelo Ibope, que revela ainda que 7% da nossa população é analfabeta, 30% dos brasileiros estão no nível de alfabetização rudimentar, conseguindo apenas ler títulos ou frases e localizar uma informaçao bem explícita e 38% alcançaram o nível básico, traduzido pela capacidade de ler textos curtos que exijam pequena inferência.

Uma das descobertas mais interessantes desse trabalho diz respeito à relação estabelecida entre a leitura de livros e a queda no índice de analfabetismo funcional - a capacidade de compreensão do conteúdo lido. Levantamento feito em São Paulo com 800 presidiários mostrou que a qualidade da leitura entre eles é melhor do que a média nacional, consequência do maior consumo de livros, revistas e jornais. Uma das possíveis conclusões dessa pesquisa é que o aumento da leitura de livros no país conduziria a uma elevação no percentual de pessoas com plena compreensão dos textos. Entretanto, dados de 2001 da Câmara Brasileira do Livro davam conta de que o brasileiro lê apenas 1,8 livros por ano, enquanto o francês devora em média 7 volumes no mesmo período.

Como todos sabem, há carência no país de trabalhadores qualificados. Ao mesmo tempo, estudos comprovam que o salário médio dos trabalhadores mais capacitados é significativamente maior do que a média. A conclusão é óbvia - um país com mais leitores seria um país mais desenvolvido, mais rico, composto por famílias com maior renda e, por conseguinte, com maior potencial de consumo. Por isso, eu sugiro - no próximo fim de semana faça uma limpa na sua casa, pegue todos os livros que você guarda e não vai reler nunca mais e entregue a uma biblioteca pública ou a uma entidade que coordene programas de popularizaçao da leitura. O país vai ficar melhor - e a sua consciência também.

Fonte: http://www.blubus.com.br/show.php?p=1&id=80925&st=busca
Visite também o excelente Verdes Trigos, que primeiro chamou minha atenção para esse texto:
http://www.verdestrigos.org/agora/2007_12_09_archive.asp#2354708288937673135

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

No Seminário Nacional PNLL - Bibliotecas no +Cultura

Biblioteca Estadual de Niterói. Foto da década de 1950. Fonte: Livraria Ideal, do cordel à bibliofilia, 1999,
deste neoblogueiro, editado pela Eduff/Pasárgada.

Atendendo a convite do professor José Castilho Marques Neto, secretário-executivo do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), este neoblogueiro participou do Seminário Nacional PNLL – Bibliotecas no +Cultura, realizado no Hotel Mercure (Paraíso), em São Paulo, nos dias 11 e 12 do corrente mês de dezembro.

Segundo a proposta dos organizadores, a finalidade do Seminário, ao reunir o Comitê Diretivo e Coordenação Executiva do PNLL, a Coordenadoria do Livro e da Leitura do MinC, representada por Jéferson Assunção, e Carlos Alberto Xavier, do MEC, especialistas em leitura e bibliotecas e líderes de experiências exitosas na área, foi a de obter sugestões para uma estratégia de implantação dos primeiros programas em todos os níveis do programa +Cultura, formatando metodologias, planejamento, procedimentos práticos e critérios de escolha das sedes dos primeiros projetos pilotos.

Tais sugestões irão oferecer subsídios para o Estado nas ações do programa de bibliotecas, de forma a reunir e otimizar forças, recursos humanos e financeiros, buscando resultados com maior grau de eficiência.

O evento foi aberto com brilhante exposição de Gonzalo Oyarzún S., diretor da Biblioteca de Santiago, http://www.bibliotecadesantiago.cl/ , que pode ser definida como uma “biblioteca pública do século XXI”.

Seguiram-se três mesas-redondas com os seguintes temas: “Bibliotecas referenciais e bibliotecas-parques”, “Bibliotecas médias e pequenas” e “Pontos e pontões de leitura – Bibliotecas Comunitárias”.

Após dois dias de debates, os resultados foram sintetizados no relatório final, onde as diferentes contribuições poderão significar o alcance pleno dos objetivos propostos.
Para outras informações sobre o Programa Mais+Cultura do governo federal, acesse:
http://www.cultura.gov.br/site/?p=8237

Veja pequeno álbum de fotografias do Seminário: http://picasaweb.google.com/anibalbraganca/SeminRioNacionalPNLLBibliotecasNoCultura

A Biblioteca Estadual de Niterói foi lembrada durante as discussões, dentre outras, como uma das possíveis bibliotecas referenciais a serem beneficiadas pelo programa +Cultura. Criada em 1935, esta foi a biblioteca central do antigo Estado do Rio de Janeiro, e é hoje a segunda biblioteca pública em importância no Estado. Com 75 mil volumes, guarda preciosidades da memória fluminense, incluindo livros e documentos raros.
Segundo Ana Lígia Medeiros, diretora do Departamento Geral de Bibliotecas do Estado do Rio: “Pela sua história e também pela sua arquitetura, a Biblioteca Estadual de Niterói deve oferecer ao cidadão acomodações mais modernas”. Hoje, afirma, “recebemos cerca de 400 pessoas por dia, mas temos possibilidade de ampliar esse público”.

A BEN está instalada num prédio em estilo neoclássico, tombado pelo Patrimônio Histórico Estadual, ocupando uma área de 1500m2, em dois pavimentos, na bela Praça da República, no centro de Niterói. Ali funcionam as salas de pesquisa e empréstimo domiciliar, sala de cursos e salão para exposições, além da Academia Fluminense de Letras.

Em recente visita à BEN, o Deputado Rodrigo Neves prometeu empenhar-se na busca de recursos para as obras do prédio que há 25 anos não passa por uma reforma abrangente.
Para mais informações, acessar:
http://www.bperj.rj.gov.br/eventos.asp?mes=10&ano=2007

Roberto dos Santos Almeida: saudação a Aníbal Bragança




Um dos pontos altos - ao lado do recital de Francisco Frias - da solenidade de entrega do título de Intelectual do Ano a este neoblogueiro foi a bela e generosa saudação feita pelo professor, escritor e crítico Roberto Santos Almeida.

Atendendo a solicitações, colocamos à disposição de nossos raros leitores o seu texto, que começa assim:

Machado de Assis registrou em “Esaú e Jacó” que o “o homem é um alfabeto de sensações”. Hoje, com inegável justiça, a LIVRARIA IDEAL e o GRUPO MÔNACO DE CULTURA homenageiam um homem que soube e sabe dar sensações extraordinárias ao alfabeto, apaixonado que é, desde a infância, pelo mundo das letras.

Brasileiríssimo, nascido em Portugal – precisamente na Vila da Feira (atual Santa Maria da Feira), no distrito de Aveiro – no dia 16 de julho de 1944. Aluno do Colégio Nilo Peçanha e do Liceu Nilo Peçanha, em Niterói, num certo tempo, lá pela década de 60, chegou a gerente de banco, local onde conheceu Victor Alegria, que o iniciou na paixão de sua vida – a arte de ser livreiro. Logo adiante, ao lado dos amigos Renato Silva Berba e Carlos Alberto Jorge, criou a Diálogo Livraria e Editora, certamente um marco cultural na vida de Niterói, mas que, um dia, em plena quartelada militar, foi invadida pela truculência da polícia política, com o nosso homenageado de agora sendo preso. A vida fluiu desde aí, felizmente, e o golpe da ignorância militar morreu, pois, como disse nosso José de Alencar, “só a ignorância aceita e a indiferença tolera o reino das mediocridades”, e o nosso intelectual de 2007/2008 foi ampliando suas atividades como livreiro.

Leia o texto completo, clicando abaixo:

A foto acima é de Ricardo Hallais Walsh.

sábado, 8 de dezembro de 2007

Intelectual do Ano – Relato aos ausentes e presentes


Fotografias de Ricardo Hallais Walsh gentilmente cedidas.
Conforme previsto, aconteceu no Teatro da UFF, a solenidade de entrega do título de Intelectual do Ano, 2007/2008, a este neoblogueiro, no último dia 1º, sábado. Com os amigos sendo recebidos pelo homenageado na entrada, foi com algum atraso que se deu o início dos trabalhos, marcado para as 10h.

O presidente Carlos Mônaco formou a mesa diretora com representantes de entidades da vida cultural niteroiense (leia o pos-scriptum).

Na platéia, que enchia o teatro, representantes da vida literária, universitária e artística da cidade, além de amigos, familiares e colegas.

Após o hino nacional, foi chamado ao palco o concertista e professor da UFF, Francisco Frias. Seu recital encantou e emocionou a todos, que o aplaudiram demoradamente.

A seguir, falou Carlos Mônaco, fazendo um histórico da homenagem Intelectual do Ano que o Grupo Mônaco de Cultura criou em 1987, relembrando as personalidades que a receberam até a edição anterior, a vigésima.

Seguiu-se a fala concisa do presidente do Grupo, jornalista e escritor Luís Antônio Pimentel.

Representando a Universidade expressou-se o Vice-Reitor, prof. Emmanuel Paiva de Andrade, manifestando regozijo pela homenagem e pela sua realização no espaço da UFF, dando as boas-vindas a todos.

Chamado a fazer a apresentação do homenageado, Roberto Santos Almeida, discursou generosa e brilhantemente sobre a trajetória deste neoblogueiro, desde sua chegada ao Brasil e à cidade de Niterói, em 1956, destacando aspectos de sua formação e atuação profissional.

A seguir foi feita a entrega ao homenageado da placa de prata, alusiva à distinção, por Carlos Mônaco, Luís Antônio Pimentel e Roberto Santos Almeida.

Assim, chegou a vez deste neoblogueiro apresentar seu discurso de agradecimentos àqueles que, desde que aportou no Brasil, o acolheram e ajudaram, incentivando o desenvolvimento de uma trajetória onde as dificuldades temperaram a determinação em busca dos objetivos superiores em que empenhou o melhor de seus esforços.
Leia a íntegra do discurso "Ser ou não intelectual", clicando aqui:

A seguir, deu-se o encerramento da solenidade e o início de uma grande confraternização entre os presentes, que se estendeu, para alguns, ao almoço no restaurante A Mineira, em S. Francisco.

Iglair Paes Lannes escreveu: “Escolha impecável do homenageado, bela cerimônia, belo recital do Francisco Frias, muitos amigos presentes”.

Veja os álbuns de fotografias disponíveis em:
http://picasaweb.google.com.br/anibalbraganca/AnBalBraganAIntelectualDoAnoFotosDocumentosMDia
e
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Na ocasião, o vereador Fernando de Oliveira Rodrigues entregou ao homenageado Moção de Congratulações aprovada em sessão plenária de 27/11/2007 da Câmara Municipal de Niterói. O texto da moção, em documento assinado pelo proponente e pelo presidente do legislativo,
vereador José Vicente Filho, afirma em seu último parágrafo:

“O agraciado, por sua história memorável e trajetória de sucesso, com um currículo ímpar e uma vida repleta de realizações, conquistas e vitórias, e por ser um profissional reconhecido e pessoa digna, de mais lídima e honrosa conduta, reputação ilibada, homem e cidadão sério e íntegro, que sempre conduziu suas relações pessoais e profissionais com sinceridade, transparência e honestidade, legitima-se, definitivamente, a ser merecedor de mais esta justa e singela homenagem ora prestada.”

Leia a íntegra do documento em:
http://picasaweb.google.com.br/anibalbraganca/AnBalBraganAIntelectualDoAnoFotosDocumentosMDia/photo#5141316097440225522
Os ritos marcam de forma indelével a vida das pessoas. Obrigado a todos que contribuíram, direta ou indiretamente, para que fosse tão feliz esse momento, aos que estiveram presentes e todos os que, ausentes fisicamente, se manifestaram de diferentes formas, como telefonemas, telegramas, cartas e cumprimentos. Este, rara e raro leitor, será um dos mais ricos em significados na memória deste neoblogueiro.
PS: A mesa diretora dos trabalhos, composta pelo seu presidente, Carlos Mônaco, foi integrada por Jorge Loretti, desembargador e ex-professor da UFF, presidente da Academia Niteroiense de Letras; Edmo Rodrigues Lutterbach, promotor e procurador de Justiça, presidente da Academia Fluminense de Letras, Luís Antônio Pimentel, presidente do Grupo Mônaco de Cultura, Márcia Pessanha, presidente do Cenáculo Fluminense de História e Letras, professora e diretora da Faculdade de Educação da UFF, José Alfredo de Carvalho, presidente da Academia Brasileira de Literatura, Mila Barbosa, presidente da Associação Niteroiense de Escritores, Salvador Mata da Silva, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Niterói, Tomaz Lima, presidente do Centro da Comunidade Luso-Brasileira do Estado do Rio de Janeiro, Orlando Cerveira, presidente do Clube Português de Niterói, e Neide Barros Rego, diretora do Centro Cultural Maria Sabina. Integraram também a mesa: Emmanuel Paiva de Andrade, professor e vice-reitor da UFF, Humberto Machado, professor e pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da UFF, Maria Felisberta Trindade, professora da UFF e presidente do Conselho Municipal de Ciência e Tecnologia da Prefeitura de Niterói, além de Roberto Santos Almeida, escritor e professor da UFF, que iria fazer a apresentação do homenageado, e este.