terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Um bom Ano Novo!

Alba
Geir Campos

Não faz mal que amanheça devagar,
as flores não têm pressa nem os frutos:
sabem que a vagareza dos minutos
adoça mais o outono por chegar.
Portanto não faz mal que devagar
o dia vença a noite em seus redutos
de leste – o que nos cabe é ter enxutos
os olhos e a intenção de madrugar.


in A profissão do poeta & Carta aos livreiros do Brasil, org. de Aníbal Bragança e Maria Lizete dos Santos. Niterói: Imprensa Oficial do Estado do Rio de Janeiro, 2001, p. 71.

Rara leitora, raro leitor, que a passagem para o Ano Novo seja de alegrias e paz, de amor e fraternidade. Que tenhamos a serenidade e a firmeza necessárias para construir uma vida cada vez melhor para nós e para todos que pudermos alcançar com nossos gestos, palavras e pensamentos. Feliz 2009!

sábado, 20 de dezembro de 2008

Feliz Natal!


Foram apressadamente e acharam Maria e José, e a criança deitada na manjedoura.

E, vendo-o, divulgaram o que se lhes havia dito a respeito deste menino.

Todos os que ouviram se admiraram das cousas referidas pelos pastores.

Maria, porém, guardava todas as palavras, meditando-as no coração.

Voltaram então os pastores glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes fora anunciado.

O Evangelho segundo Lucas, 2, 16-20, in A Bíblia Sagrada. Trad. de João Ferreira de Almeida. Brasília: Sociedade Bíblica do Brasil, 1969.

A você, raro, a você, rara leitora, os votos de um Natal Feliz, tendo presente, ainda hoje, o sentido do nascimento daqu’Ele menino.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Um livro na sua árvore de Natal, de Dalcídio Jurandir

- Que presente vai me dar, este Natal? Uma cesta, um perfume, aquele colar que vimos juntos na vitrina?
- Não. Um livro.
- Mas livro?!
Entraram na livraria, o rapaz pediu o Pequeno Príncipe, de Exupéry e deu a ela:
- Pra começo de conversa e de Natal. Principie.
- Príncipe? Príncipe o que?
- A ler, menina! Comece pelo Príncipe.

Certo é que perfume, colar, a meia, tão habituais ao Natal, não temem concorrência de livro. Nem as grandes cestas que parecem cargas lotando a sala de jantar próspera ou as mais discretas, por mais baratas, que vão para o subúrbio, velha encomenda pensada há meses. As coisas, como presentes, ainda só valem pelo brilho, quantidade e preço.

Embora caro e nunca necessário quanto o arroz e o feijão, ou mesmo a castanha, o livro custa menos que a gravata e dura mais que o perfume e o sabonete.

Passarão os Natais e aquela moça há de encontrar na sua casa, relido ou esquecido, mas constante, o livrinho comprado de circunstância que lhe falará sempre de um Príncipe e de suas sutis aventuras. O rapaz poupou o bolso praticando um bom-gosto, atreveu-se a entrar na livraria ao invés de entrar na perfumaria. E isso há dez anos não era assim.


Não era hábito de Natal fazer presente de livro, coitado do livro ali na montra cinzenta, entre o tédio do caixeiro e a solidariedade poeirenta dos outros livros, seus companheiros de solidão e abandono.

Agora o desamparado é confiado a uma embalagem, e tome papel colorido e tome laço de fita, aparece na vitrina, num ar festivo, como caixa de presente. Vem aos poucos ganhando seu lugar de Natal e Ano Bom.


Os novos tempos sopraram o velho pó das montras e sacodem o embaraço de quem quer dar um presente: Que tal um livro? Barato, fino, lisonjeia quem dá e quem recebe. Vamos ao livro.

A eletrônica sugere um presente

Se menino quer brinquedo, o técnico espera aquele livro que vive namorando, o Eletrônica Aplicada e convém que seu amigo se lembre disso e apareça com o presente. E há professores e estudantes que desejariam ganhar, neste Natal, aquele Evolução da Física, de Einstein e Infeld, que custa apenas setecentos cruzeiros.


É possível que a estudante de faculdade de filosofia vacile entre a pulseira e o A Origem da Terra que a preocupa nas suas aulas. Aqui esse moço parou diante da vitrina, lendo A Mecânica do Cérebro e sua curiosidade é compreensível, estuda psicologia e confia que o amigo lhe apareça em pleno Natal com o desejado volume. E não custa experimentar mandar de presente a um técnico de carros aquele Manual do Volkswagem.

A ilustração como presente de festa

Ilustrar-se é uma antiga aspiração popular, ilustrar-se naquele sentido de ler um almanaque, ler curiosidades, folhear um dicionário. Como presente de Natal, a ilustração reserva muito atrativo. Por exemplo, O Livro da Natureza, o Deuses, Túmulos e Sábios, as fartas enciclopédias, Milagres da Novocaína e o persuasivo Vença a Alergia a quatrocentos cruzeiros. E para maior resistência da ilustração, bom presente é a História da Liberdade no Brasil, de Viriato Correia.


Podemos ir aos preços mais altos, como a Enciclopédia de Arte, da editora Martins, a sete mil cruzeiros, as coleções da Cultrix - Histórias e Paisagens do Brasil - vários volumes, a seis e quinhentos ou a História das Invenções, e pode-se chegar a este: Sexo: perguntas e respostas, Guia para um casamento feliz ou mandar embrulhar, como presente, o Amor e Capitalismo, de Cláudio de Araújo Lima.

Pendure a ficção na sua árvore


Se tem árvore, não hesite, tome o rumo da livraria e veja o desfile da ficção brasileira um pouco ansiosa de virar presente, um pouco ainda envergonhada, mas que diabo! Não faz mal sair num embrulho lindo, ser pendurada na árvore ou discretamente entregue ao amigo:
Convém ler a ficção nacional, senhores que gostam de dar presentes de festas, convém! Por exemplo, aqui temos o segundo volume de Marques Rebelo, A Mudança, e aí você encontra o Rio em excelente prosa; mande embrulhar também o Maria de Cada Porto, de Moacir Lopes, não esqueça Primeiras Estórias, de Guimarães Rosa, O Vento do Amanhecer em Macambira, de José Condé, Matéria de Memória, de Carlos Heitor Cony, o Corpo Vivo, de Adonias Filho, Serras Azuis, de Geraldo França de Lima, o Ganga-Zumba, de João Felício dos Santos, o Arquipélago, de Érico Veríssimo, a coleção Graciliano Ramos numa verdadeira embalagem de Natal, todo o José Lins do Rego.

Entre a quantidade dos presentes nunca será demais A Comédia Humana, de Balzac, da editora Globo, ou a coleção Dostoievski, da José Olympio, o Guerra e Paz, de Tolstoi ou Grandes Esperanças, de Dickens. E será bom incluir no roteiro uma visita a Machado de Assis, seus livros devem estar em toda estante; e fazemos questão de lembrar que há um romance indispensável para presente: o Triste Fim de Policarpo Quaresma, do carioca Lima Barreto.


Por outro lado, os que gostam da velha aventura podem ainda ler o Alexandre Dumas em Os Três Mosqueteiros e O Colar da Rainha e a coluna maciça dos romances policiais – mas sempre livro.

A hora da poesia

Em matéria de poesia é seguir os bons poetas e a Aguilar pode dar de presente o Fernando Pessoa em volume muito digno. Mas não esquecer, leitora da grama em Del Castilho, defronte do conjunto residencial, que bom presente é também As Primaveras, de Casimiro de Abreu, ou as Espumas Flutuantes, de Castro Alves, ou, então, o Terceira Feira, de João Cabral de Melo Neto.

Não fica aí a sugestão, porque outros poetas estão ao nosso alcance, neste Natal: Lição de Coisas, de Carlos Drummond de Andrade, Para Viver um Grande Amor, de Vinicius de Moraes, O País do Não Chove, de Homero Homem e o Violão de Rua. Estão à sua espera, que é comprar, levar e o presente valeu por toda vida.

Miudeza também é presente

Os mais modestos não desejam os livros mais ricos ou os mais sábios e sim aqueles, por exemplo, da coleção “Como Se Faz...", "Como Se Vence”, onde é fácil encontrar para um presentinho despretensioso, o Arte de Fazer Amigos, o Aprenda a Conversar, Como emagrecer comendo e tudo a preço camarada.

Informações úteis, como presente, é uma boa sugestão de Natal e Ano Bom; este, por exemplo, Da Tabela Price ou Conheça seus Direitos, além do Aprenda a Nadar Corretamente e mande a seu amigo um “Manual de Judô”, sempre é livro.

Para um distante amigo da roça, não será bom mandar de presente o Lições Práticas de Avicultura? A um que se empenha no esoterismo, mande esse volume aqui, solene, por nome Cabala.

Os livros sérios

Todo livro é sério e creio que nada mais sério do que um livro de poesia. Mas aqui os sérios são os livros de fisionomia grave como, por exemplo, o Reflexões sobre a História, de Burckhardt, o Pré-Revolução Brasileira, de Celso Furtado, A Inflação Brasileira, de 1820 a 1958, a Coleção Saber, com mais de cincoenta volumes, o Princípios de Planejamento Econômico, o Manual de Economia Política, da Editorial Vitória, o Formação Histórica do Brasil, de Nelson Werneck Sodré, os livros da coleção Brasiliana, o Dicionário do Folclore Brasileiro, de Luiz da Câmara Cascudo, o Cristianismo Hoje, da editora Universitária, a preços que variam de trezentos e setecentos.

Cabe incluir, pela atualidade, o Política Externa Independente, de Santiago Dantas. Um Hatha-Yoga é um presente de Natal a amigo que cultiva essa transcendente matéria. E em meio a tamanha seriedade de livros, não esquecer que o Natal e Ano Bom reclamam livros de cozinha, este, por exemplo, Prenda Seu Marido...Cozinhando.

Agora, noutra escala, a da crítica, temos dois presentes de significação: A Glória de César e o Punhal de Brutus, de Álvaro Lins, e o Laboratório Poético de Cassiano Ricardo, de Osvaldino Marques.

“Homenzinho na Ventania"

A Editora do Autor lançou uma nova coleção de presentes: A Mulher do Vizinho, de Fernando Sabino, A Bolsa e a Vida, de Carlos Drummond de Andrade, o O Retrato na Gaveta, de Oto Lara Rezende e Homenzinho na Ventania, de Paulo Mendes Campos.

Outro presente de festas é o Banho de Cheiro, de Eneida, os “Cadernos do Povo Brasileiro”, da Civilização Brasileira, o álbum de Portinari, a coleção Les plus beaux: insetos, borboletas, cães, o El Greco, o Picasso, o Caribe.

Para um político, bom presente é Vida de Virgílio de Melo Franco, de Carolina Nabuco. Temos depois, ou antes, os livros sobre futebol: Copa do Mundo, de Mário Filho e Drama dos Bi-Campeões, de Armando Nogueira e Araújo Neto.

E do assunto Pelé, podemos chegar ao assunto teatro e apanhar da Aguilar o Bodas de Sangue, de Federico Garcia Lorca, chegando, ainda, ao Pagador de Promessas e A Invasão, de Dias Gomes. E a um amigo curioso da África, mande África - as raízes da revolta, e sobre Fidel, o ainda atual A Verdade sobre Cuba.

Um político pode receber para ensinamento a toda hora, o História das Lutas Sociais no Brasil, de Everardo Dias, e a outro que queira ter um bom santo na sua estante não é mau lhe oferecer As Confissões de Santo Agostinho.

O mundo maravilhoso gira em torno de Monteiro Lobato


No Brasil, a história para criança continua a girar em torno de Monteiro Lobato. Os meninos continuam a ver no mestre o avô contador de histórias. Por isso, chovem os livros de Monteiro Lobato nos sapatos, na noite de Natal, e com ele os outros livros, os outros autores, o cortejo dos bichos e fadas e tudo que é o faz-de-conta e o encantado e o que é ainda bom de contar às crianças.

Aqui, o presente é mais numeroso e vale a pena. Preferível este Na Região dos Peixes Fosforescentes ou a Coleção para Jovens, da editora Brasiliense, que o revolverzinho de bandido...

Mas não só menino necessita de livro. Gente grande também. E agora Natal e Ano Bom é a ocasião de fazer do livro um bom, e até bem barato, entre coisas tão caras, presentes de festas.

Nota: Além da revisão, foi feita uma atualização ortográfica do texto original.

Este texto, rara leitora, foi publicado no jornal Última Hora, na década de 1960. Foi resgatado por José Roberto Freire Pereira, filho de Dalcídio Jurandir, que mantém o sítio virtual http://www.dalcidiojurandir.com.br/ em homenagem à obra imortal de seu pai, considerado um dos grandes romancistas brasileiros, especialmente por sua obra sobre a vida na região amazônica, com foco especial na Ilha de Marajó.

A ocasião é propícia, como nos escreveu José Roberto, para divulgar esta página de Dalcídio, pois pode nos lembrar do livro como um ótimo presente de Natal. Mais que isso, o texto nos remete a um tempo em que ler livros era prática bem valorizada, ao menos em parcela significativa da sociedade brasileira.

Vivíamos um tempo de esperanças renovadas de construção de um mundo melhor, de uma sociedade brasileira mais justa, em que o conhecimento poderia, pela tomada de consciência social, operar transformações e possibilitar reformas.

As chamadas reformas de base, a pré-revolução brasileira, dos tempos de Jango Goulart, dando continuidade à construção do nacional iniciada por Getúlio Vargas, retomada por Juscelino Kubitscheck e mesmo por Jânio Quadros em sua meteórica e tresloucada presidência.

Os livros apontados por Dalcídio Jurandir em sua crônica são um bom retrato das práticas sociais de leitura do período, vistas por um intelectual de esquerda não sectário. Apontam os grandes sucessos e as então novidades da literatura brasileira, lembram os clássicos da literatura universal e ensaios relevantes, obras de ciências sociais e políticas, livros práticos e de divulgação científica, sem esquecer a literatura infantil e juvenil. Um belo retrato de época.

Será que hoje aquilo que era novidade, na ótica de Jurandir, dar livros de presente, novamente é prática que se perdeu? Você, rara leitora, irá presentear com livros neste Natal?

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Uma Ilha de Leitura, de Felipe Matos

O livro Uma Ilha de leitura: notas para uma história de Florianópolis através de suas livrarias, livreiros e livros (1830-1950), de FelipeMatos, editado pela Editora da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) www.editora.ufsc.br , é, segundo o autor, uma “introdução ao tema da circulação da cultura letrada na ilha de Santa Catarina”.

Na apresentação, a professora Maria Teresa Santos Cunha, da UESC, afirma que “é obra de extrema sutileza e exigência, onde o senso crítico nunca se dissociou da ternura e onde a liberdade permanente não dispensou jamais os rigores e as riquezas do diálogo histórico”. Diz ainda que esta obra “foi construída lenta e continuamente em um longo perambular do seu autor por variados arquivos, bibliotecas, leituras, conversas”, sendo “uma criteriosa pesquisa que apresenta uma cartografia possível para uma história editorial da cidade de Florianópolis (a partir de Desterro), mapeando suas tipografias, livrarias, livreiros e livros”.

Leia a íntegra do texto de Maria Teresa Santos Cunha, “De tipografias, livrarias e livros: viagens por mundos e fundos”, acessando os Arquivos do e-grupo Cultura Letrada:
http://groups.google.com/group/cultura-letrada

O lançamento, em Florianópolis (SC), ocorrerá nesta quinta-feira, dia 15 de dezembro, a partir de 19h, na Patropi, Av. Rio Branco, 583 – Centro.

Mais informações: Tel. (48) 3222-4644.

Recebi e estendo a você, raro leitor, a notícia deste lançamento, que me deixou muito contente. Torcia por essa publicação desde que conheci o seu belo texto, de leitura prazerosa. Estou certo que o jovem historiador Felipe Matos dá uma importante contribuição à história cultural de Santa Catarina e à história do livro no Brasil.


Envio daqui meus parabéns a Felipe. Peço a você, raro leitor, que, se puder estar presente, lhe dê um abraço por mim.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Périplo, de Sávio Soares de Sousa

Abro o livro de Homero e me surpreendo,
anônimo, entre heróis de iluminura,
eu, caipira inocente, de mistura
com gregos e troianos, combatendo.

Incomoda-me o peso da armadura.
Nem mesmo sei se agrido ou me defendo.
E devo confessar: só não me rendo
porque desperto ao cabo da leitura.

Fecho o volume. Saio do aeroporto,
fatigado de errâncias, quase morto.
Ulisses, eu? Meu lema é amor e paz.

Retorno ao lar e, em pouco, estou refeito:
Penélope me aguarda, no seu leito,
e essa história de guerra - nunca mais!

Niterói, 28/11/2008.

Inédito do poeta niteroiense, a sair em seu próximo livro, A penúltipla guerra de Tróia (Poesia Reunida), pela Traço&Photo, previsto para 2009. Fiquemos atentos, pois a poesia de Sávio é sempre boa de saborear.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Contos do Velho Nipon na Primavera dos Livros

Luís Antônio Pimentel autografa Contos do Velho Nipon. Foto de Augusto Erthal.

Masanori Ninomiya, o ilustrador da 3a. edição de Contos do Velho Nipon, autografa. Foto de Augusto Erthal.



A leitora conversa com Pimentel enquanto aguardo o seu autógrafo no belo Palácio do Catete.
Ao fundo, Ricardo Hallais fotografa. Foto de Augusto Erthal.

Professora Sonia Regina Longhi Ninomiya, Luís Antônio Pimentel, Masanori Augusto Longhi Ninomiya, o ilustrador, Luiz Augusto Erthal, o editor, e Augusto Erthal, autor do projeto gráfico da bela edição de Contos do Velho Nipon. Foto de Ricardo Hallais.


Alguns registros do lançamento do livro Contos do Velho Nipon, de Luís Antônio Pimentel, realizado no dia 29/11/2008, durante a Primavera dos Livros, nos jardins do Museu da República, antigo Palácio do Catete, no Rio de Janeiro.

A 3a. edição do livro foi uma iniciativa do editor fluminense Luiz Augusto Erhtal, da Nitpress (tel. 55-21-2618-2972), e contou com a colaboração do jovem ilustrador Masanori Ninomiya, que expressou, magnificamente, em traços contemporâneos, a magia dos contos tradicionais da cultura japonesa e de seus personagens eternos.
O projeto gráfico, harmônico e muito bem urdido por Augusto Erthal, inclui a tradução para o japonês, em ideogramas, feita pela professora Nícia Tanaka, do título do livro e dos seus contos: Momo Tarô ou o Filho do Pêssego, O Velho e os Demônios, O Jovem Pescador, O Tito-tico de Língua Cortada, O Ressuscitador de Árvores, o Macaco e os Caranguejos, A Montanha de Katch-Katch, A Aranha Fantasma, A Vingança da Raposinha, O Guerreiro e o Anãozinho, O Machado de Ouro, Kintaro.
O belo volume, cartonado, de 86 páginas, conta ainda com os peritextos "Histórias de ontem, de hoje, e de sempre", de Sonia Regina Longui Ninomiya, "De uma Antologia Telúrica", de R. S. Kahlmeyer-Mertens, "Luís Antônio Pimentel, um Narrador", de Aníbal Bragança, o "Prefácio à Primeira Edição", de Mello Mourão, as "Notas do Editor" e "Dados biobliográficos da Luís Antônio Pimentel", e o registro do "Reconhecimento do Japão ao escritor fluminense".
É imperativo afirmar: Contos do Velho Nipon é uma das opções mais sugestivas para presentear, inclusive neste Natal, crianças, jovens e adultos, nipo-brasileiros ou não, pela sabedoria da tradição japonesa e pelo saboroso texto de Luís Antônio Pimentel, encerrados em belo volume.
PS: Luís Antônio Pimentel estará autografando Contos do Velho Nipon na Livraria Ideal, em Niterói - RJ (Rua Visc. de Itaboraí, 222, Centro - tel. 55-21-2620-7361), no dia 20/12/08, sábado, de 10 às 13h. Se puder, não perca!