segunda-feira, 10 de setembro de 2007

De Romancini e Lago, saiu a História do Jornalismo no Brasil!


Segundo os autores, Richard Romancini e Cláudia Lago, ambos doutores em Ciências da Comunicação pela ECA/USP, pesquisadores da área e professores universitários em S. Paulo, o livro procura “integrar o processo histórico mais amplo às atividades que digam respeito ao jornalismo, mostrando suas inter-relações com o quadro sociopolítico, mas sem ter a pretensão de produzir uma ‘história do Brasil” e sim, “uma história do jornalismo no país, estruturada ao redor, principalmente, do jornal impresso”.

Pelos laços de afeição acadêmica e de grande apreço pessoal que me une aos dois, especialmente ao Richard, de quem conheço de muitos anos a seriedade nos trabalhos que desenvolve, aceitei o honroso convite para escrever um prefácio para o livro. É esse texto que ofereço aos raros e raras leitoras deste blog, no qual mais que da obra falo das condições atuais das práticas de leitura e de acesso ao livro no Brasil. Entretanto, posso assegurar que vale a pena correr à livraria mais próxima, física ou no virtual, e pedir já o seu exemplar.


Prefácio:
Uma das dificuldades que enfrenta o professor universitário brasileiro, em muitas áreas, é a falta de uma bibliografia intro­dutória, cuja leitura possa ser útil aos alunos, oferecendo-lhes um panorama geral e sintético dos conhecimentos acumulados na disci­plina que vai cursar, e que, assim, possa facilitar e complementar o trabalho docente.
As novas tecnologias de informação e comunicação, especial­men­te a Internet, têm trazido aos alunos, e a todos, fácil acesso, ain­da que desordenado, a todo tipo de conhecimento. Acrescenta-se ainda a notável tecnologia xerográfica, que permite copiar rapida­mente, a baixo custo e com qualidade, excertos e obras completas, a partir de um livro impresso ou mesmo de outras cópias. Tais re­cur­­sos técnicos foram criando novas práticas de pesquisa que levam ao decréscimo acentuado do uso de livros impressos, em geral, com evidentes prejuízos para editores, livreiros e autores, mas, também, pelo menos nas condições atuais, para a formação do pesquisador.
A leitura de livros exige condições psíquicas e ambientais cada vez mais difíceis de se conseguir na contemporaneidade, especialmente nas metrópoles, o que a tem tornado uma prática pouco atraente para muitos jovens, habituados a formas mais dinâmicas e interativas de acesso a conhecimentos.
Considerando ainda que, relativamente, os livros se tornaram, em geral, mais caros nos últimos anos, diante da redução das tira­gens das edições, por um lado, e, por outro, pela diminuição da renda das famílias brasileiras das camadas médias, decorrente de contínuas políticas públicas de concentração de renda, tudo resulta em que o hábito de freqüentar livrarias e adquirir livros, é cada vez menor. Nas universidades o que vemos, como prática mais comum, é a reprodução xerográfica de textos ou capítulos de livros indicados pelos professores, quase sempre com sua conivência e, mesmo, estímulo.
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Leia o texto integral do prefácio de Aníbal Bragança ao livro História do Jornalismo no Brasil nos Arquivos do e-grupo Cultura Letrada, clicando abaixo:
http://groups.google.com/group/cultura-letrada

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