sábado, 19 de maio de 2007

Real Gabinete Português de Leitura, de José Carlos de Vasconcelos

Entre a serena amizade dos livros,
sento-me e sinto a língua portuguesa.
Em tudo está presente: ar, chão, mesa,
estantes severas, sabores antigos
a mar e a sol, incrivelmente vivos.

Incrivelmente novos. Portuguesa
língua de Vieira, Eça, Camilo,
de Machado, Pessoa, Drummond, Rosa,
Amado. Fruto da mãe natureza
Que em todo seu esplendor se reveza
Em livros e madeira preciosa.

Oh! Silente, secreta, catedral,
feita de palavras incandescentes
de tantos povos e de tantas gentes:
palavras do Brasil e Portugal,
Camões de mãos dados com Tiradentes.

E ao meio-dia, quando a voz dos sinos
da igreja de São Francisco se alia
à vozearia da multidão
naquelas ruas, ruelas e praças,
e entra casa dentro, uma e outra vez,
doze vezes direta ao coração
- também os sinos falam português.

A língua portuguesa, o maior laço que une as culturas portuguesa e brasileira, é homenageada neste poema do jornalista e escritor lusitano, José Carlos de Vasconcelos, diretor do tradicional e bom Jornal de Letras, Artes e Idéias, publicado em Lisboa. O poema expressa de forma muito sensível o ambiente que cerca o leitor no salão central do Real Gabinete, no Rio de Janeiro, uma experiência que nos devemos oferecer sempre, privilégio da cultura letrada na Cidade Maravilhosa.

Fonte: Marcador de livros distribuído pela diretoria do Real Gabinete na solenidade comemorativa do seu 170º aniversário.

Para saber mais, visite:
José Carlos de Vasconcelos:
http://www.jornalistas.online.pt/noticia.asp?id=417&idCanal=406
Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro:
http://www.realgabinete.com.br/
Jornal de Letras, Artes e Ideias – Portugal:
http://visao.clix.pt/default.asp?CpContentId=333360

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