domingo, 16 de março de 2008

Três livros autografados: a poesia de Machado, os contos de Wanderlino e os animais de Sávio

Não acontece com freqüência, mas na última quinta-feira, 13, se deu. Atendi, com Lizete, ao amabilíssimo convite de Cláudio Murilo Leal e fui ao lançamento do alentado e belo volume Toda a poesia de Machado de Assis, por ele organizado, prefaciado e lançado pela Record. Cláudio Murilo poeta, professor da UFRJ, diplomata, bibliófilo, é hoje presidente do Pen Club do Brasil. Neste ano. em que se comemora o bicentenário da implantação definitiva da tipografia no Brasil, e é consagrado ao nosso maior prosador, nos 100 anos de sua morte, o lançamento de toda a poesia machadiana num só volume é muito oportuna. Ainda mais com o evidente cuidado que organizador e editora a ele dedicaram e que nos aproxima de parte menos conhecida da obra do Mestre.

A seguir, fui para a Livraria da Eduff, nos jardins da Reitoria da nossa Universidade Federal Fluminense, para rever Sávio Freire Bruno, jovem pesquisador e velho amigo, hoje um notável biólogo dedicado à fauna silvestre, professor da Faculdade de Veterinária da UFF, que autografava lindo livro, 100 animais ameaçados de extinção no Brasil e o que você pode fazer para evitar, editado pela Ediouro. Além de feliz pelo carinho com que Sávio relembrou tempos da Pasárgada e do aiki do, saí de lá com dois exemplares dedicados a João Pedro, um, e outro a Tomás, meus netos cheios de consciência ecológica. A responsabilidade pela salvação e equilíbrio do planeta certamente será uma dura tarefa para as novas gerações.

Não pude ficar mais. A algumas centenas de metros, no Club Central, na Praia de Icaraí, autografava o escritor niteroiense Wanderlino Teixeira Leite Netto seu volume de contos Beijo de língua, lançado pela Editoração. Sua trajetória vi nascer, quando lançou seus primeiros livros na Pasárgada. Revelou-se um profícuo cultor das letras, em diferentes gêneros, e é hoje diretor da Academia Niteroiense de Letras, rejuvenescida e atuante.

Livros e amigos criam espaços para o cultivo de sociabilidades finas e de afetos seletos. Dia rico. Pena ter assim perdido algumas palestras desse dia e a conferência de Maria Beatriz Nizza da Silva no Congresso Internacional 1808 – A Corte no Brasil, organizado pelo Departamento de História e o Programa de Pós-graduação em História da UFF, e que enriqueceu a todos nós durante esta semana em que se relembra e reavalia a chegada da Corte ao Rio de Janeiro.

E que, naturalmente, nos trouxe também livros novos: Uma colônia entre dois impérios – A abertura dos portos brasileiros, 1800-1808, de José Jobson de Andrade Arruda, da EDUSC, Iluminismo e Império no Brasil, O Patriota (1813-1814), organizado por Lorelai Kury, da Editora Fiocruz e Biblioteca Nacional, e Literatura, história e política em Portugal (1820-1856), de Almeida Garrett, Alexandre Herculano e A. P. Lopes de Mendonça, organizado por Lúcia Maria Bastos Pereira das Neves, Paulo Motta Oliveira, Sérgio Nazar David e Tânia Maria Tavares Bessone da Cruz Ferreira, da EdUERJ. Este com dedicatórias fraternas. Temas para outro registro.

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