Quem foi que disse que eu escrevo para as elites?
Quem foi que disse que eu escrevo para o bas-fond?
Eu escrevo para a Maria de Todo o Dia.
Eu escrevo para o João Cara de Pão.
Para você, que está com este jornal na mão...
E de súbito descobre que a única novidade é a poesia,
O resto não passa de crônica policial – social – política.
E os jornais sempre proclamam que “a situação é crítica”!
Mas eu escrevo é para o João e a Maria.
Que quase sempre estão em situação crítica!
E por isso as minhas palavras são quotidianas como o pão nosso de cada dia.
E a minha poesia é natural e simples como a água bebida na concha da mão.
In A cor do invisível, Globo, 1989, p. 26.
Para quem se escreve é uma questão fundamental para qualquer escriba. Até, rara ou raro leitor, para este blogueiro neófito. Feliz foi o Mário Quintana que encontrou um belo caminho,,, fazendo felizes os seus leitores.
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