terça-feira, 10 de junho de 2008

ACIDI estuda a [lamentável] discriminação contra brasileiros em Portugal


Um estudo apresentado em julho de 2007 pelo Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI), intitulado "Imigração Brasileira em Portugal" e coordenada pelo professor Jorge Malheiros, revelou que 45,3% dos entrevistados consideram ter visto "bastantes" casos de discriminação da parte dos portugueses em relação aos brasileiros. Considerando conjuntamente os que assinalam "bastantes" casos e "alguns" casos, esse número sobe para 71,9%.Apenas 19,3% dos entrevistados disseram nunca ter visto "nenhuma" situação dessas. Além disso, o relatório revela que 34,5% dos brasileiros entrevistados declararam ter tido conflitos com cidadãos portugueses pelo fato de serem brasileiros, mas 65,3% afirmam nunca ter tido esse problema.

O ACIDI é um instituto público integrado na administração indireta do Estado, que tem como missão colaborar na concepção, execução e avaliação das políticas públicas relevantes para a integração dos imigrantes. Ver aqui postagem de 3 de Abril de 2008:
UNESCO: 2008 - Ano Europeu do Diálogo Intercultural .

Leia a íntegra da matéria de Fernando Moura, de Lisboa, especial para o UOL, publicada hoje em:
http://noticias.uol.com.br/ultnot/internacional/2008/06/10/ult1859u205.jhtm

É lamentável a existência de qualquer preconceito. Mais ainda quando ocorre em Portugal contra brasileiros, cidadãos de um país que tradicionalmente acolhe os estrangeiros com grande generosidade.

Nesta época em que se comemoram os 200 anos anos em que a Família Real e a corte de Portugal aqui encontraram abrigo e proteção e onde hoje vivem milhões de portugueses ou luso-descendentes é de se justificar ações concretas do Estado, da sociedade e dos cidadãos para eliminar esse e todos os preconceitos. Embora não se possam desconhecer o contexto e a complexidade da questão, é inadiável esse enfrentamento. Além de iniciativa moralmente justificável, todos têm a ganhar com o fim dessa chaga que envergonha e perturba as boas relações entre os dois países historicamente ligados por laços culturais, econômicos e políticos. Parabéns ao trabalho do ACIDI, torcendo para que contribua nessa luta.

13 comentários:

Anônimo disse...

bem, isso daí é mesmo uma grande palhaçada! discriminação de portugueses contra brasileiros? só mesmo pra rir! quantas anedotas de brasileiros vc conhece em portugal? e quantas de portugueses há no brasil? quem chama os portugueses de burros,ignorantes e outros adjectivos semelhantes? e não venham me jogar pedras por eu tar falando a verdade, eu nem sou português! cambada de hipócritas.

Aníbal Bragança disse...

Senhor "sem nome",
lamento que não tenha conseguido compreender o texto da postagem. Trata-se de referência a pesquisa feita por uma instituição portuguesa e em Portugal.
Lamento também que não tenha sabido ler nossa posição contra qualquer preconceito.
Mas o pior mesmo não é sua incapacidade de compreender o que lê, é sua falta de educação!
Além de não ter apresentado qualquer argumento contra a existência dos preconceitos referidos, o senhor "sem nome" fala de outros preconceitos, como se uns justificassem os outros.
Por favor, se quiser participar de nosso blog, siga as regras da boa educação. Quer seja português, brasileiro ou de qualquer nacionalidade.
Aníbal Bragança

Anônimo disse...

Senhor Anibal portüga,porqué o senhor naum volta pra seu pais insiguinificante?

Aníbal Bragança disse...

Maria Paula,
sua pergunta, mal educada e impertinente, não merece resposta. Aliás, nem mereceria ser publicada. Entretanto o foi para que se constatasse mais uma vez como a questão do preconceito mobiliza energias muito negativas do ser humano. Tem também um outro sentido,anexo, é mostrar como a Internet e os blogs são acessados mesmo por pessoas que se expressam muito mal na nossa língua. Serão emigrantes há muito fora do contexto cultural de seu país de origem? Serão pessoas de baixa escolaridade que mesmo assim conseguem, felizmente, desfrutar das novas tecnologias de comunicação? Isto é muito positivo.
Mas, falta de urbanidade, de educação, isso é indesculpável.
Aníbal Bragança

Aníbal Bragança disse...

Complementando: pior do que falta de educação, senhores, só o preconceito, que obscure a razão e impede o diálogo construtivo.

Anônimo disse...

Só para perceberem existe sim e muito preconceito em portugal contra os brasileiros, mas isso não vai mudar. Só para vos relembrar um facto que aconteceu aqui a alguns anos. Quando aconteceu aquelas mortes dos portugueses no Brasil "Fortaleza", Não se falava em outra coisa no país. Assim que descobriram que afinal não foram brasileiros e sim um portugues, nunca mais se ouviu dizer. Eu sei que o Brasil não é o melhor país do mundo, por que se fosse não estariamos aqui. Mas as pessoas não são iguais, e temos que saber ser inteligente o suficiente para saber separar as coisas. E anedotas existem sim e muitas... mas preferiamos que contassem anedotas contra nós, do que sofrer na pele como muitos sofrem. Não estou a dizer de todos os portugueses, se não eu estaria a agir da mesma maneira. Estou a dizer de alguns. Pois eu conheço muita gente boa aqui. È uma pena que isso seja assim... Mas como vos disse vai ser sempre assim... Não vai mudar pois as pessoas que não têm preconceito é na minoria. È uma vergonha e uma falta de educação quem escreveu isso: "Senhor Anibal portüga,porqué o senhor naum volta pra seu pais insiguinificante?" Deve ser uma pessoa muito mal amada, deve ser muito triste ser mal amada...

Anônimo disse...

Os senhores e senhoras que consideram existir preconceito em Portugal em relação aos brasileiros, já leram jornais portugueses? já viram as noticias dos telejornais em Portugal? senão viram e não leram, leiam e vejam, se viram e leram , então espero que percebam a razão pela qual alguns portugueses sentem esse tal preconceito em relação aos brasileiros. Os preconceitos não nascem do nada. Há sempre um inicio. Como portuguesa, quero aqui dar, se me permitem, a minha opinião. Eu cresci com as vossas novelas na televisão, a minha mãe adorava tudo o que vinha do Brasil:carnaval, música, novelas, actores, artistas... Não só ela mas todos os portugueses viviam nessa ilusão de que o Brasil era uma espécie de paraíso e os brasileiros o povo mais hospitaleiro, alegre e simpático do mundo.Mas a realidade não é bem assim...pois não? lembro-me de um tio militar, que há 30 anos em serviço foi ao Brasil e já nessa altura ele comentou indignado a forma pouco simpática como os brasileiros falavam dos portugueses. Mas lembro-me também que todos duvidaram dele, achando que ele só podia estar equivocado.
Quando tive o primeiro contacto com internet, há uns 10 anos atrás, frequentei alguns chats brasileiros convencida ainda de que a simpatia que os portugueses nutriam pelos brasileiros era recíproca. Mas não era! fui ofendida vezes sem conta, ao dizer que era portuguesa. Afirmavam que sendo portuguesa era concerteza burra, com bigode, gorda e a cheirar a bacalhau. Se isto não é preconceito não sei então o que seja! Com a entrada em massa de brasileiros na Europa e em especial em Portugal, os portugueses ficaram a conhecer um lado do povo brasileiro menos bonito, menos alegre, menos simpático. Descobriram que muitos nos detestam , alimentando um ódio e preconceito de ex colónia, que não faz sentido,pois eu não tenho culpa do que os meus antepassados fizeram...ou tenho? por outro lado as taxas de crime violento aumentaram de forma assustadora em Portugal e não vamos aqui pôr paninhos quentes, os brasileiros muito têem contribuido para isso, sim. Não todos, como é óbvio! Muitos são pessoas de bem, trabalhadores que fazem as suas vidas e cumprem as suas obrigações enquanto cidadãos. Mas esses, deveriam ser os primeiros a querer que esses seus compatriotas criminosos sejam punidos e que seja proibida a sua entrada em outros países.

Bem haja

Aníbal Bragança disse...

A senhora, que não apresenta face preconceituosa na sua boa contribuição ao "debate", parece justificar a existência de preconceitos, o que é lamentável.

Uma coisa é ser capaz de analisar a realidade social, conhecer os problemas e suas causas e buscar soluções. Outra é partir deles para estabelecer preconceitos, criando obstáculos para a análise racional dos problemas.

O preconceito é sempre genérico e esse é um dos seus perigos. Isso vale para qualquer preconceito. Infelizmente existem preconceitos tanto de portugueses quanto ao Brasil e aos brasileiros, quanto de brasileiros quanto a portugueses e a Portugal.

Felizmente vemos que isso se tem reduzido no Brasil, talvez em grande parte por causa da nova migração de portugueses para cá, que tem tido um perfil muito diferente da que foi até aos anos 1950. Esta dava de Portugal um retrato distorcido.

O mesmo, nesta época, pode estar ocorrendo em Portugal, com sinal invertido. Não se pode julgar os brasileiros por uma pequena parte que é infratora ou criminosa.

Criminosos existem em todos os países e certamente em Portugal a grande maioria deles é de portugueses mesmo.

Certamente a leitora tem razão ao apontar essa parcela como sendo a base para reforço do preconceito, não certamente sua origem. Isto porque o preconceito é, principalmente, uma questão subjetiva. De origem social, instala-se nas subjetividades acríticas, que produzem julgamentos primários, sem reflexão. Talvez por falta de educação, mas não só.

Infelizmente acontece em todas as sociedades e não somente na brasileira e na portuguesa. Mas isso não nos desonera de denunciar e combater o preconceito, pelos malefícios que traz principalmente a quem os possui, mas também para aqueles que são vítimas dele.

E é isso que nos parece estar a fazer a ACIDI, que é uma instituição portuguesa. Certamente, sua missão é combater os preconceitos, quaisquer que sejam, em benefício da sociedade, favorecendo o conhecimento do outro, a tolerância, a alteridade. Trazendo novas possibilidades de paz, interação, ampliação de horizontes, crescimento social e pessoal. E favorecendo nossas relações humanas, independentemente das origens étnicas.

Ao invés de justificar, senhora, vamos denunciar todos os preconceitos?

Unknown disse...

Estou em Portugal a cinco anos vim para trabalhar por um ano por causa da moeda ser mais valiosa e acabei encontrando minha cara metade aqui e resolvi viver aqui. Tanto eu como meu companheiro que é daqui ficamos triste com discriminações, pois ele já presenciou várias que eu sofri e ele fica idignado com isso, mais eu acho que as pessoas ruins no mundo são a minoria, pois acredito que a maior parte da humanidade é formada por boas pessoas e que a cor,a raça, a nacionalidade, a religião e os costumes não são as pessoas e sim como nasceram, somos todos cidadões do planeta terra e me considero uma terraquia, somos todos diferentes e ao mesmo tempo iguais, queremos as mesmas coisas e o que nos faz felizes são os mesmos ideais e sonhos. Porisso acho que o mundo deveria ser sem fronteira e todos terem a liberdade de ir e vim, só assim todos saberiam que somos um diante de todos e acabaria os preconceitos que não levam a nada de bom.

Anônimo disse...

Sr. Aníbal, em relação ao lido por mim vou aqui deixar minha opinião:

Sou brasileira, e há alguns anos tive no Brasil meu primeiro contato mais próximo com Portugal quando comecei a trabalhar para um Português na minha cidade. E a experiência em nada foi positiva pois o citado senhor deu um grande , como chamamos no Brasil, calote em mim,em funcionários e em muitos outros empresários da terra. Mas, isso, nunca foi fator relevante para eu generalizar o comportamento dos portugueses, tanto que comecei a trabalhar para um outro a ponto de vir para Portugal depois de um certo tempo a trabalhar pela mesma empresa, e fui enganada novamente. Resolvi cá ficar,pois aqui conheci meu marido. E esta é a prova mais concreta que não generalizo pessoas por atos. Mas, ressalto que a discriminação existe e é um fato lamentável. Eu mesma sinto...esteja eu aonde eu estiver basta que eu abra a boca para perceber os olhares por cima do ombro.Meu marido quando começou a me namorar foi privinido por colegas de trabalho e amigos para ter cuidado. Se estamos em algum grupo a conversar e percebem que sou brasileira começam a me indagar para sentirem a minha ,digamos assim, "linhagem" e só depois prologam a conversa. E Ao saberem das minhas qualificações universitárias buscam uma maneira subtil de descriminar ou comentar fatos que incluam brasileiros ou o Brasil.As manchetes na RTP e no correio da manhã, qdo o assunto é criminalidade sempre ressalta que o NEW STYLE de crime é importado do Brasil. Santo Deus!!! E os filmes americanos e tantos outros que ensinam a ser criminosos?? E as novelas ?? Será que só há camadas com problemas de adaptação as regras da sociedade no Brasil??

Lembro-me que quando mudei de moradia, foram perguntar a uma amiga minha que é portuguesa se eu estava a trabalhar de diarista na casa dela...rsr não vejo desvalor nenhum na profissão, desde que isso não seja usado como método para discriminar.Aqui em Portugal, e tenho que reconhecer que a discriminação é por conta de uma classe de brasileiros que cá estão, que na verdade nem o Brasil os queriam lá, mas em tda regra há excessão. E isto é que é o mal, os portugueses têm que aprender a não generalizar.Moro em Portugal e acho este país lindo. Tenho amigos maravilhosos que são portugueses, aliás só tenho uma amiga brasileira, tdos são daqui,meu marido e toda familia tbm são portugueses e vejo eles mesmos a se indignarem qdo percebem os fatos.A discriminação aqui é algo que chega a doer, lembro-me que precisei ligar para um orgão que trata de problemas de imigração e mal falei me despacharam logo sem muita educação e nem paciência para explicar.Em seguida mandei uma amiga portuguesa ligar e dispensaram a ela quase 20 min em linha...rsrs Isso para mim é discriminação sim.Em fim..passaria muito tempo aqui a narrar o que já vi e o que já passei mesmo de forma subtil de discriminação aqui. Porém, ressalto que não podemos generalizar nem a dizer que todos os portugueses são xenofóbicos e nem dizer que todos os brasileiros que aqui estão são exemplo de bom comportamento. Por isso, desabafo. E sonho que isso tenha um fim,antes que venhamos a ver um dia povos irmãos numa guerra féia e sub humana que é a da descriminação.
Obrigada

Anônimo disse...

Senhor Aníbal, por um acaso deparei-me com esta sua página e não pude deixar de sorrir (irónicamente) ao ler todos os comentários aqui postados.E quando digo todos, refiro-me mesmo a todos, inclusive os seus.E que vejo eu, senhor Aníbal? que sempre que algum comentário refere que há sim preconceito também de brasileiros para com portugueses, o senhor como cavaleiro andante, ergue a sua espada e defende a honra do convento com unhas e dentes. Mostrando-se indignado, ofendido, criticando (mesmo que subtilmente) as opiniões de quem não tem a mesma opinião que a sua. Já quando é o contrário, e são brasileiros a relatar as suas experiências menos felizes, em que são alvo de preconceito em terras lusas, o senhor simplesmente se refugia num silencio conivente, de quem provou estar certo ao postar o tal estudo sobre preconceito (por parte dos portugueses). Não posso com isto deduzir outra coisa, que não seja, que também o senhor Aníbal, sofre deste mesmo mal.Aliás um mal generalizado,porque todos senhor Aníbal, sem excepção, brancos , pretos, asiáticos, indios, ricos, pobres, bem formados, mal formados,doutores, engenheiros,faxineiros, varredores de rua,operários...todos!independentemente de sua classe social, de sua religião,cor, ou zona geográfica do globo, onde nasceu ou vive, são de um modo geral preconceituosos.Uns mais do que outros, alguns de forma mais irracional,uns porque tiveram uma má experiência ( ou várias) com pessoas de determinada etnia, ou país ou o que quer que seja, outros porque leram ou viram na tv, que as pessoas A, B, ou C não são boa gente,outros porque leram estudos que diziam que o povo x é preconceituoso em relação ao povo y!
Como se não fôssemos todos parte de uma mesma coisa, como se alguns de nós tivessem mais direito a andar por este mundo, do que outros. Como se a Terra tivesse dono, ou nós fôssemos mais que meros turistas de passagem, neste pequeno planeta azul. O preconceito é inerente ao ser humano, como tantas outras coisas menos boas que fazem parte de nós. Não quero com isto dizer que concordo com ele, que acho bem,ou que o defendo. Quero apenas dizer que ele existe em todos nós e que de vez em quando todos somos dominados por ele, mesmo que só por um momento, ou mesmo que isso nos envergonhe, ou ainda, mesmo que nem tomemos consciência dele.Estudos acerca de preconceito, não o alteram, não acabam com ele, pelo contrário, são rastilhos de pólvora. E o senhor ( e muito bem) vai dizer-me: "então ? vamos esconder que existe preconceito?" e eu vou responder-lhe: não! claro que não! mas vamos ser racionais,justos e inteligentes. O preconceito existe sim, mas existe de uma forma geral, não especialmente destes para com aqueles, mas de todos para com todos. Sempre que existirem diferenças culturais, étnicas,fisicas...o preconceito estará lá á espreita. Porque está na natureza humana desconfiar do que é diferente, do que nos é desconhecido.O preconceito é o espelho dos nossos receios. No entanto, há sempre alguma coisa que pode ser feita e a mudança pode e deve começar em cada um de nós.Porque podemos não conseguir mudar o mundo,podemos não conseguir mudar os outros ( e isto é um facto) mas podemos e devemos tentar mudar-nos a nós próprios.

com a consciência de quem sabe , que por vezes é preconceituosa, de quem sabe que por vezes é injusta, de quem sabe que por vezes julga sem razão, assino

Cristina Torres

Aníbal Bragança disse...

Sra. Cristina Torres,
agradeço sua contribuição a esta página do blog. Ela é de fato enriquecedora.
Mas percebo nela que sua posição oscila entre uma aceitação do preconceito, que considera mesmo inerente ao ser humano, e a necessidade de uma mudança, especialmente aquela que está mais está ao nosso alcance e é de nossa única responsabilidade: a mudança de nós mesmos.
Eu, ao contrário, não considero que diante do diferente, do outro, seja inevitável o preconceito, como a senhora parece apontar. Ao contrário, há pessoas e mesmo povos que se abriram e abrem ao acolhimento do outro, mesmo que seja diferente e até por causa disso. O que não impede que se possam questionar suas práticas ou valores.
Creio que a consciência de que todos somos seres humanos pode ser uma ponte para o diálogo.
Mesmo compartilhando, em parte, com o seu pensamento, especialmente quando afirma que, em geral, um pouco mais ou um pouco menos, todos temos ao menos momentos em que nos pegamos com preconceitos, e os combatemos, há algo em que parece que nos colocamos em posições muito diferentes: é que o estudo, o conhecimento, e a conseqüente, auto-consciência do preconceito, não contribua para acabar com ele, em nós e nos outros, e que podem ser, como diz até, "rastilhos de pólvora".

Nisso não estamos de acordo. Se o conhecimento não nos transformasse não haveria sentido na vida que construímos cotidianamente.

Vamos, sim, falar do preconceito, sempre que necessário. Enfrentá-lo, em nós e nos outros. Só assim nos poderemos transformar em seres mais solidários e conscientes, sabendo que nosso modo de viver e encarar a vida não é o único, nem, certamente, o melhor.

E assim, em vez do preconceito que levanta muros, poderemos ter mais respeito e compreensão pelo outro, diferente e, ao mesmo tempo, igual a nós. Como acontece também nas relações entre brasleiros e portugueses, quer no Brasil quer em Portugal.

Penso que o trabalho da ACIDI pode contribuir sim para melhorar a situação daqueles que sofrem preconceito em Portugal. E que trabalhos similares devam ser feitos em todos os países, especialmente neste tempo em que os contatos interétnicos são cada vez mais freqüentes.

No Brasil, saiba, preconceito é crime inafiançável. Dá cadeia. Se isso não reduz os preconceituosos que por aqui existem, ao menos, coíbe a intensidade de suas manifestações.

Com apreço,
Aníbal Bragança

Anônimo disse...

"Brasileiros são racistas
e autoridades corruptas

Uma análise das Nações Unidas
revelou que a população brasileira
é racista e as autoridades, para
além de corruptas, abusam da
violência. Foi ainda identificada
uma grande desigualdade social
e impunidade criminal."
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"Brasil não combate racismo

Segundo a ONU, o Brasil precisa treinar seus agentes de fronteiras para respeitarem os direitos de refugiados e imigrantes.

Quanto à imigração latino-americana em São Paulo, que chegaria a 150 mil, Diène destaca que são alvos de discriminação, vivem com medo da polícia e não conseguem ter acesso à saúde e educação. Para que uma família seja legalizada, os custos exigiriam, em alguns casos, o salário de todo um ano."

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"Para ONU, Brasil é racista, corrupto e violento

As conclusões da primeira pesquisa completa da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre os direitos humanos no Brasil são vexatórias: o país precisa de medidas urgentes contra a corrupção, desigualdade social, racismo, tortura e impunidade.

Segundo a ONU, o Brasil não cumpriu suas recomendações feitas em 2005, quando a entidade deu o prazo de um ano para o país adotar medidas para a proteção dos direitos humanos. três anos depois, o governo sequer disse o que pretende fazer.

A pesquisa, conhecida como Revisão Periódica Universal, faz parte da estratégia da ONU para pressionar governos a tomarem medidas para lidar com as violações dos direitos humanos. O Brasil será um dos primeiros países a serem examinados entre os 192 membros da entidade."