quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Mitos e falácias sobre a leitura no Brasil


Entrevista com Aníbal Bragança
Ana Elisa Ribeiro


Viva Voz: É verdade que o brasileiro não lê?

Aníbal Bragança: Afirmações genéricas sempre levam ao
erro. Não são todos os brasileiros que não lêem, mas também
não são todos os franceses que lêem. A diferença é que
percentualmente muito mais franceses gostam de ler do que
brasileiros. E por quê? A primeira razão é que a maioria dos
brasileiros não sabe ler. Cerca de 75% não estão plenamente
alfabetizados e têm dificuldade de compreender textos,
especialmente os que têm alguma complexidade. E assim a
leitura não é prazerosa, o que leva ao desinteresse. Mas o
tema é muito complexo e tem a ver com outras variáveis:
tardia implantação das práticas de cultura letrada no país,
grande riqueza cultural nas práticas da oralidade, ignominiosa
desigualdade social, baixíssima valorização do trabalho, o que
leva as pessoas a trabalharem demais para sobreviver,
impedindo que haja tempo para um lazer variado e rico, etc.


VV: O que são as leituras "ideais"?

AB: Creio que uma resposta possível seja: as que são
prazerosas para o leitor e as que o enriquecem. Para o autor
são aquelas que mostram que as sementes lançadas
germinaram no espírito do leitor.


VV: Que relação existe ou deveria existir entre a escola
e a formação de leitores?

AB: A escola deve ampliar o repertório cultural do aluno e,
não, formatá-lo. Assim, uma das experiências que a escola
deverá propiciar aos alunos é a do prazer da leitura, que só se
consegue aprendendo a ler, e isto, só praticando a leitura.
Para isso é necessário que o professor seja leitor. E a maioria
dos professores se inclui entre os que não podem ler ou não
são atraídos pelas práticas de leitura. O que torna um
fracasso também nesta área a atuação da escola brasileira.
Mas, felizmente, existem exceções que confirmam a regra.


Estas são, rara leitora, algumas das perguntas e respostas da entrevista concedida a Ana Elisa Ribeiro publicada no caderno Viva Voz – Conversas com editores, da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (FALE-UFMG), organizado por Ana Elisa Ribeiro e Carla Viana Coscarelli, em 2007.

Para ler a íntegra da entrevista clique:
http://cultura-letrada.googlegroups.com/web/Anibal+Bragan%C3%A7a+Entrevista+concedida+a+Ana+Elisa+Ribeiro.pdf?gda=KvHVwXMAAADb6glB4DZg5YMQmMJOrJeFlbjfn1_9q3NpFWX79l20bvMdd4VEW7SuVPUzbQctQmGeH9u07QeK5PTZk_tCwDiVlkq1S9kKvTDEHXCRzdlz9sQ_qiURPYqkUWmLZDqR7GcytiJ-HdGYYcPi_09pl8N7FWLveOaWjzbYnpnkpmxcWg

ou acesse Arquivos do E-Grupo Cultura Letrada:
http://groups.google.com/group/cultura-letrada

Para ler a íntegra do caderno Viva Voz – Conversas com editores, acesse:
http://www.letras.ufmg.br/site/publicacoes/download/conversaseditores.pdf

Sumário:

Apresentação . 5
Ana Elisa Ribeiro
Carla Viana Coscarelli

Mitos e falácias sobre a leitura no Brasil . 7
Entrevista com Aníbal Bragança

Produção de livros e tino comercial . 14
Entrevista com Raquel T. Yehezkel

A Autêntica Editora e a produção de livros . 21
Entrevista com Rejane Dias dos Santos

O bom revisor de textos . 27
Entrevista com Plínio Martins Filho

Editores e escritores . 30
Bate-papo com vários editores

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