No Dicionário de Tipógrafos e Litógrafos Famosos, de Rui Canaveira, o verbete sobre o grande tipógrafo baiano Arthur Arezio da Fonseca (1873-1940), oferece-nos informações básicas da sua trajetória:
FONSECA, ARTHUR AREZIO da – Tipógrafo brasileiro nascido na Bahia a 10 de junho de 1873, considerado um dos mais importantes do seu tempo no Brasil, e que foi também escritor e editor. Ingressou como aprendiz de tipógrafo nas oficinas do Jornal de Notícias em setembro de 1887, foi paginador da Gazeta de Notícias em 1896, paginador e administrador de A Bahia até junho de 1898, chapista nas oficinas da Tipografia Baiana e de Vicente de Oliveira Botas, onde aprendeu a arte da litografia, paginador do Correio de Notícias em 1889, do Diário da Bahia em 1902, do Diário de Notícias em 1903, donde saiu para em 1905 abrir a Gazeta do Povo. Em 1907 criou, de parceria com António Josué Carvalho, a Oficina Xilo-tipográfica Arezio & Carvalho que fecharia em 1912 para dirigir a instalação da Imprensa Oficial do Estado de que foi depois administrador técnico, a partir de novembro de 1915. Foi membro de várias instituições profissionais e culturais, tendo ingressado na Associação Typographica Bahiana em 1902. Criou e foi o primeiro editor do Boletim Graphico entre 1916 e 1917. Pertenceu à direção do Liceu de Artes e Ofícios nas décadas de 1920 e 1930.
Escreveu cinco livros sobre a arte tipográfica. O primeiro, Serões typographicos foi publicado em 1905 e é uma colectânea dos artigos que escreveu entre 1902 e 1903 para a Revista da Associação Typographica Bahiana. O segundo livro saíu em 1907 e tem o título de Esboço typográfico, possuindo ilustrações do próprio Arthur Arezio da Fonseca, impressas com xilogravuras abertas em casca de cajazeira. Trata da história da imprensa e de vários temas afins com as Artes Gráficas. O terceiro livro, de 1916, impresso pela Imprensa Oficial do Estado, tem o título Machinas de compor e nele se descreve a evolução da composição mecânica e se alertam os compositores manuais para aprenderem a usar o novo equipamento de composição. A quarta obra do tipógrafo brasileiro chama-se Revisão de provas typographicas e saíu em 1925, tendo sido muito usado por todos quantos queriam abraçar a profissão de revisor. O último livro de Arthur Arezio é o Diccionario de termos graphicos, publicado pela Imprensa Oficial do Estado em 1936, na Bahia. É considerado o primeiro dicionário para artes gráficas em língua portuguesa, e o autor foi premiado em 1938, com o Prémio Caminhoá, por causa deste seu dicionário. Escreveu mais quatro livros inéditos segundo dados biográficos organizados por seu filho, não se sabendo onde param os originais. Esses livros são, de que existem três folhas do rascunho, O Formato dos Livros, de que existem três capítulos, Branco + Negro e Cálculos typographicos. Arthur Arezio da Fonseca faleceu em 16 de Julho de 1940.
Rui Canaveira, pesquisador português, membro da American Printing History Association e da Historical Printing Society de Londres, é autor dos livros História das Artes Gráficas, I, II e III volumes, Como Criar uma Empresa Gráfica e Transformadora do Papel, e. dentre outros, do Dicionário de Tipógrafos e Litógrafos Famosos, do qual retiramos o verbete acima, que está disponível nos arquivos do e-Grupo Cultura Letrada http://groups.google.com/group/cultura-letrada .
Pequena biografia de Rui Canaveira encontra-se no sítio do IPTS - Instituto Português de Tecnologias e Serigrafia http://www.iptshome.org .
Para se obter mais informações sobre a obra de Arthur Arezio, rara ou raro leitor, será necessário conhecer os trabalhos do jornalista e professor Luís Guilherme Pontes Tavares editor@alba.ba.gov.br , também nascido na Bahia, que a ela dedicou muitos anos de pesquisa, tendo publicado vários artigos e também sua tese de doutorado em História, defendida em 2000, na Universidade de São Paulo (USP), editada com o título Nome para compor em caixa alta: ARTHUR AREZIO DA FONSECA, ISBN 85-99366-01-7, na Coleção Cipriano Barata, pela Empresa Gráfica da Bahia, com apoio do Governo da Bahia e do Núcleo de Estudos da História dos Impressos da Bahia.
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