Imagem de uma das mesas, 30/3/2010..Foto AB.
O Congresso, impecável na sua organização, poderá ser, rara leitora, um marco na transição do mundo impresso para o mundo digital que estamos vivendo e minha impressão foi excelente. O evento, realizado no Maksoud Plaza, em São Paulo , teve a participação de cerca de 500 profissionais da área editorial e livreira, com 16 palestrantes e conferencistas, entre nacionais e estrangeiros. A organização e realização foram da CBL, Frankfurter Buchmesse e Imprensa Oficial (SP).
Os principais tópicos discutidos, na minha percepção (não assisti a tudo), foram:
- Como aproveitar as possibilidades abertas no mundo digital, especialmente as redes sociais e blogs, para promover a divulgação e a venda das edições impressas, incluindo aí a mobilização dos autores, divulgando suas obras não só, como antes, em lançamentos e autógrafos, palestras etc., como também nos seus espaços virtuais, muitas vezes com a divulgação de parte do conteúdo, ofertas de exemplares etc, como também através da mobilização dos leitores, com resumos, comentários, críticas etc.
- Como aproveitar esses mesmos espaços para editores garimparem autores e textos para publicação impressa;
- Como lidar com as novas possibilidades abertas pelas novas mídias para a virtualização, distribuição e venda de livros digitais.
- Como manter a lucratividade nos negócios, especialmente a dos livros impressos, com cuidado enorme em NÃO BARATEAR demais os livros digitais.
- Como negociar com autores a remuneração dos direitos autorais e a venda dos livros digitais através das livrarias, com acentuada tendência à redução dos percentuais praticados nos livros impressos.
- Quais as perspectivas na educação para os livros didáticos digitais?
- Como está no Brasil a recepção do leitor aos aparelhos de leitura digital e mesmo à leitura de livros digitais?
- Como ficará o papel do editor de livros com a digitalização crescente e o acesso universal ao conhecimento através das redes? será o de fornecedor de conteúdos para a rede e as mídias portáteis ou continuará sendo o que "faz" os livros e os coloca no mercado?
Não houve respostas consensuais nem conclusivas. Mas todos tomaram consciência de que estamos no olho do furacão, com mudanças aceleradas que exigem muita atenção, senso de oportunidade e coragem para mudar.
O tema é muito relevante: sugiro que leia também o artigo de Cristiane Costa, jornalista e professora, publicado na revista Bravo, 152. O texto está acessível também, disponibilizado pela autora, nos Arquivos do e-grupo Cultura Letrada http://groups.google.com.br/group/cultura-letrada?pli=1 .
Seus comentários serão bem-vindos.
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